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Terrorismo

Líder do "Estado Islâmico" está morto, afirma ONG

11 de julho de 2017

Observatório Sírio de Direitos Humanos diz que morte de Abu Bakr al-Baghdadi foi confirmada por membros do alto escalão do grupo jihadista. Recluso, ele teria passado últimos meses na Síria. EUA não atestam informação.

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Abu Bakr al-Baghdadi não é visto em público desde que se proclamou "califa" do EI há três anos
Abu Bakr al-Baghdadi não é visto em público desde que se proclamou "califa" do EI há três anosFoto: Getty Images/AFP

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) afirmou nesta terça-feira (11/07) que membros do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) confirmaram a morte de seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi. O governo dos Estados Unidos, por outro lado, disse não estar em condições de atestar a informação.

Em mensagem publicada em suas redes sociais, a ONG escreveu: "Informações foram confirmadas ao OSDH sobre a morte de Abu Bakr al-Baghdadi, o 'Emir da organização Estado Islâmico'".

Em entrevista à agência de notícias AFP, o diretor da entidade, Rami Abdel Rahman, explicou que a morte foi confirmada por "altos comandantes do EI localizados na província de Deir Ezzor". "Tomamos conhecimento disso hoje, mas não sabemos quando ou como ele morreu", acrescentou.

Segundo Rahman, o líder da milícia jihadista passou seus últimos meses em Deir Ezzor, no leste da Síria, mas não ficou claro se ele foi morto nessa região ou em outro lugar. A província permanece em grande parte sob controle do EI, embora o grupo continue perdendo territórios tanto no país como no vizinho Iraque.

Após a divulgação da morte pela ONG, a coalizão internacional que luta contra a milícia extremista no Oriente Médio, sob liderança dos EUA, informou que ainda não pode verificar a informação.

"Eu não tenho ideia [sobre a situação de Baghdadi]. Espero que ele esteja morto e enterrado. E se não estiver, assim que descobrirmos sua localização, ele estará", afirmou, em Bagdá, o comandante da missão militar americana contra o "Estado Islâmico", tenente-general Stephen Townsend.

Washington oferece atualmente uma recompensa de 25 milhões de dólares pela captura de Baghdadi, o mesmo valor ofertado em troca do ex-líder da Al Qaeda Osama bin Laden, morto em 2011, e de seu sucessor, Ayman al-Zawahri.

Seguindo a resposta da coalizão, o Departamento de Defesa dos EUA também se disse incapaz de confirmar a morte do líder do EI. Da mesma forma, autoridades curdas e iraquianas, que também lutam contra o grupo extremista, se recusaram a atestar a informação.

Após o anúncio do OSDH, o presidente americano, Donald Trump, publicou no Twitter a seguinte mensagem: "Grande vitória contra o Isis ['Estado Islâmico']". Ele não deixou claro, porém, se estava se referindo à suposta morte de Baghdadi ou à derrota da milícia jihadista em Mossul, no Iraque, anunciada pelo governo em Bagdá no fim de semana.

Apesar de o Observatório Sírio ter um histórico de relatórios confiáveis sobre o conflito no Oriente Médio, essa não é a primeira vez que Baghdadi é dado como morto. Ele não é visto em público desde que proclamou um califado na cidade de Mossul, três anos atrás.

Em junho passado, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que Baghdadi pode ter morrido em 28 de maio, em decorrência de um ataque aéreo russo nos arredores de Raqqa, capital não oficial dos jihadistas na Síria. Moscou vem executando uma campanha militar em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, desde setembro de 2015. Até então, o anúncio russo não fora confirmado.

EK/afp/efe/lusa/rtr/ots