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Líder da oposição abre caminho para eleições no Reino Unido

29 de outubro de 2019

Numa reviravolta, Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, se manifesta a favor de pleito em dezembro, após ser informado do descarte de um Brexit sem acordo. Johnson buscará mais uma vez aprovação dos parlamentares.

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Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista
Jeremy Corbyn, líder do Partido TrabalhistaFoto: picture-alliance/empics/A. Milligan

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, decidiu aceitar nesta terça-feira (29/10) a antecipação das eleições gerais britânicas, após ser informado de que um Brexit sem acordo com a União Europeia (UE) foi descartado.

"Eu disse consistentemente que estamos prontos para uma eleição e nosso apoio está sujeito a que um Brexit sem acordo esteja fora de questão", disse Corbyn ao Gabinete Sombra da Oposição Oficial.

"Ouvimos agora da UE a confirmação da extensão do Artigo 50 até 31 de janeiro. Portanto, nos próximos três meses, nossa condição de deixar fora de questão um Brexit sem acordo está cumprida. Lançaremos agora a campanha mais ambiciosa e radical por mudanças reais já vista em nosso país. Vamos para ganhar", anunciou.

O Artigo 50 faz parte do Tratado de Lisboa, assinado por todos os membros da União Europeia em dezembro de 2007. Ele determina o procedimento para qualquer país que deseje sair da UE.

As declarações do líder da oposição foram feitas horas antes de o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pedir novamente aos legisladores britânicos a aprovação de uma eleição antecipada.

O governo almeja uma eleição em 12 de dezembro. No entanto, os Liberais Democratas e o Partido Nacional Escocês (SNP) são a favor de que o pleito seja em 9 de dezembro. Segundo a BBC, fontes indicaram que o governo pode ceder e aceitar a data de 11 de dezembro.

Se o pedido de eleição antecipada for aprovado no Parlamento britânico, esta será a primeira eleição num mês de dezembro no Reino Unido desde 1923.

As três moções anteriores de Johnson por uma eleição antecipada fracassaram na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento. Nesta segunda-feira, 299 parlamentares apoiaram a moção por eleições antecipadas, menos do que os 434 votos de que Johnson precisava para a aprovação – a maioria dos deputados trabalhistas se absteve.

Após o revés de segunda-feira, Johnson comunicou que entregaria aos legisladores uma nova oferta por uma eleição antecipada ainda nesta terça-feira. O projeto de lei será debatido pelos deputados e, na sequência, haverá uma votação. O governo se mostrou confiante de que a legislação passará por todos os trâmites parlamentares nesta semana.

O primeiro-ministro tem exigido repetidamente a realização de uma eleição antecipada para acabar com o que ele classifica de uma paralisia parlamentar que está minando a confiança da opinião pública e impedindo qualquer desfecho em relação à saída britânica do bloco comunitário europeu.

O grupo "Momentum", que reúne as bases do Partido Trabalhista, afirmou via Twitter que o partido "apoia oficialmente as eleições". "Esta é uma oportunidade única de dar um fim à confusão criada pelos conservadores e restaurar a esperança para milhões de pessoas", diz trecho do comunicado.

O prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, disse, também via Twitter, que a única maneira de resolver a "confusão do Brexit" é dar aos eleitores a última palavra, e pediu que a votação seja permitida aos jovens de 16 e 17 anos, por considerar que eles serão os mais afetados pelo Brexit.

PV/rtr/ap/afp/efe

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