Lufthansa: "Tragédia da Germanwings nos marcará para sempre"
29 de abril de 2015A Lufthansa abriu nesta quarta-feira (29/04) a reunião anual de seus acionistas com um minuto de silêncio em homenagem aos 150 mortos no desastre envolvendo o avião da subsidiária Germanwings, nos Alpes franceses, no final de março. A queda teria sido provocada deliberadamente pelo copiloto, segundo as investigações.
"Essa tragédia nos mudou, e as cicatrizes deixadas em nossa companhia vão permanecer para sempre", disse o presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, a cerca de 2 mil acionistas. Na entrada do local da reunião em Hamburgo, no norte da Alemanha, os empresários puderam assinar um livro de condolências.
Spohr disse que a empresa estará à disposição e vai apoiar as famílias e amigos das vítimas. "Consideramos isso não apenas nossa obrigação, mas também uma profunda necessidade", declarou.
O presidente prometeu que a Lufthansa vai continuar expandindo gradualmente a posição de liderança na área de segurança de voo e desenvolvendo as estruturas de segurança da companhia.
Greves de pilotos
Durante a reunião, Spohr afirmou que, em 2014, greves dos pilotos causaram prejuízo de mais de 220 milhões à empresa. Desde o início da disputa trabalhista, há cerca de um ano, os pilotos realizaram 13 paralisações.
O principal ponto de discórdia é o sistema de aposentadoria antecipada da empresa. Até agora, os pilotos da Lufthansa podiam se aposentar com 55 anos, recebendo 60% de seu salário até a idade legal de aposentadoria. A Lufthansa planeja aumentar o limite de idade para 60 anos.
A empresa pretende resolver a disputa trabalhista com os pilotos ao abrir uma nova rodada de negociações sob a tutela de um conciliador, ainda nesta semana. "Estamos estendendo a mão", afirmou Spohr.
Nos bastidores, a disputa também envolve o futuro do grupo. A Lufthansa planeja oferecer mais rotas através de suas subsidiárias low cost, entre elas a Germanwings, que pagam salários mais baixos, estendendo os voos a trechos de longa distância. O projeto desagrada os funcionários da Lufthansa.
FC/dpa/rtr/afp