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Lista árabe em Israel apoia oponente de Netanyahu

22 de setembro de 2019

Líder da Lista Unida quer impedir novo mandato e "dar fim" à carreira política do atual premiê israelense. Entretanto, chefia de governo não é garantida para adversário centrista, e presidente Rivlin terá papel decisivo.

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Benjamin Netanyahu, Reuven Rivlin e Benny Gantz
Três faces da atual política israelense (da esq. para a dir.): Benjamin Netanyahu, presidente Reuven Rivlin e Benny GantzFoto: Reuters/R. Zvulun

A Lista Unida, dominada pelos partidos árabes de Israel, anunciou neste domingo (22/09) que recomendará o centrista Benny Gantz como próximo primeiro-ministro do país.

O presidente israelense, Reuven Rivlin, começou a ouvir os partidos políticos para designar o futuro premiê que, diante dos resultados das eleições da última terça-feira, terá de chefiar um governo de coligação. Os resultados eleitorais não conferem nem a Gantz, nem ao chefe de governo cessante, Benjamin Netanyahu, os 61 assentos da maioria absoluta no Knesset.

Num artigo de opinião publicado no jornal The New York Times minutos antes do seu encontro com o presidente israelense, Ayman Odeh, cabeça da lista de 13 deputados árabes, anunciou que apoiaria Gantz.

"Em nome da Lista Unida, recomendo que o presidente de Israel escolha Benny Gantz, dirigente do partido centrista Azul e Branco, para ser o próximo primeiro-ministro [...] e criar a maioria necessária para impedir Netanyahu de ter um novo mandato." E completou: "Deve ser o fim da sua carreira política."

O partido Balad, entretanto, que faz parte da Lista Unida e tem três representantes no parlamento, indicou que não apoia a recomendação. Mesmo com o apoio total da Lista Unida, o Azul e Branco, que obteve 33 postos dos 120 do parlamento, só contaria com 57 deputados. Netanyahu, líder do Likud, conseguiu 31 lugares, podendo vir a obter o apoio de 55 parlamentares.

No entanto, em diversos pontos importantes só havia pequenas diferenças nas campanhas das duas principais legendas de Israel. Assim, é improvável que um fim da era Netanyahu acarrete mudanças significativas na política das relações com os Estados Unidos, na luta regional contra o Irã ou no conflito com os palestinos.

Após as eleições legislativas de abril, um resultado muito semelhante ao de terça-feira impediu Netanyahu de formar um governo e conduziu à realização das atuais eleições. Avigdor Lieberman, ex-ministro da Defesa e atual líder da formação nacionalista laica Israel Beiteinu, anunciou em conferência de imprensa que não vai recomendar para primeiro-ministro nem Gantz, nem Netanyahu.

Nos próximos dias, o presidente Rivlin terá um papel fundamental na escolha do encarregado de formar governo: "Estou convencido de que é preciso formar um governo estável com os dois grandes partidos", adiantou neste domingo.

AV/lusa,rtr

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