Kurt Beck, um político perto do povo
10 de abril de 2006O governador da Renânia-Palatinado, Kurt Beck, do Partido Social Democrata (SPD), goza de grande simpatia, dentro e fora de seu partido. Reeleito para o governo do seu Estado nas eleições de março de 2006, ele assume, após a renúncia de Platzeck, a presidência nacional do Partido Social Democrata.
De mecânico eletricista a governador do Estado
Filho de pedreiro, Kurt Beck nasceu em Bergzabern, na Renânia-Palatinado, em 1949. Tendo freqüentado a escola técnica, formando-se como mecânico eletricista, Kurt Beck não possui diploma universitário.
Antes de tornar-se governador de seu Estado em 1994, sucedendo a Rudolf Scharping, Beck foi prefeito de Steinfeld, cidade onde morava, deputado estadual e presidente da bancada do SPD no Parlamento. Assim como Scharping, Beck estava apoiado por uma aliança entre social-democratas e liberais.
Desde novembro de 2003, Kurt Beck já havia assumido a vice-presidência nacional do SPD. Com a renúncia de Franz Müntefering à presidência do partido em novembro de 2005, Beck abriu o caminho para Platzeck assumir a chefia do SPD na coalizão com Angela Merkel, apesar de desde então estar cotado para a presidência do partido.
Os bons resultados apresentados pelo seu governo na Renânia-Palatinado e, sobretudo, a proximidade da população levaram-no a ganhar as eleições estaduais de março de 2006, tornando-se o único governador social-democrata a poder governar com maioria absoluta em um dos antigos Estados alemães.
Bento por Bento
O político de 57 anos gosta de falar com a população e vê, na comunicação, a receita de seu sucesso político: "Encontrar soluções conjuntas já se tornou uma marca registrada deste Estado", afirma o fiel torcedor do FC Kaiserslautern. Para o seu sucesso político, contribue também a forma cautelosa e não ideológica como trata as mudanças.
Respondendo à pergunta do Frankfurter Allgemeine Zeitung de qual seria o seu papel dentro do partido, por ocasião da eleição para a vice-presidência em novembro de 2005, Beck afirmou que "como vice-presidente do partido, eu procuro fazer uso da minha experiência política. Muitos dizem que eu teria o talento de ser um mediador em situações difíceis. E é assim mesmo, nada mais e nada menos".
Em outubro de 2005, Kurt Beck tornou-se o primeiro político alemão a ser recebido em audiência privada pelo papa Bento 16. Conhecido entre os colegas como um político voltado para a cooperação, ele mesmo se vê como alguém perto do povo que gosta de preservar a imagem de pai de seu Estado.