1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
SaúdeCoreia do Norte

Kim chama surto de covid de "grande catástrofe"

14 de maio de 2022

Coreia do Norte confirma primeiros casos da doença desde início da pandemia há dois anos. Sem vacinação, coronavírus pode causar milhares de mortes no país.

https://p.dw.com/p/4BIXp
Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un
De máscara, Kim anuncia lockdown nacionalFoto: KRT/AP Photo/picture alliance

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou neste sábado (14/05) que o surto de covid-19 enfrentado pelo país é "grande catástrofe" e pediu uma ação conjunta entre o governo e a população para estabilizar a situação o mais rápido possível.

A Coreia do Norte admitiu nesta semana estar enfrentando o primeiro surto de covid no país e impôs um lockdown nacional para tentar conter o avanço do coronavírus. Desde o início da pandemia, o país não havia registrado nenhum caso da doença. Porém, não havia sinais de testes de infecções  suspeitas.

"A propagação da epidemia maligna é uma grande catástrofe que atinge nosso país desde a sua fundação", afirmou Kim, de acordo com a agência de notícias estatal KNCA. "Mas se não perdemos o foco na implementação da política epidêmica e mantivermos um forte poder e controle organizacional baseado na unidade do partido e do povo, podemos superar a crise", acrescentou.

O líder norte-coreano disse ainda que o país pretende seguir o modelo de lockdows imposto pela China – nação que segue uma estratégia rigorosa de covid zero, que atualmente se mostra ter chegado ao limite com o surgimento de vários surtos recentes.

Kim também teria se oferecido para doar medicamentos que possui em sua casa para famílias que estão passado por dificuldades, de acordo com a imprensa estatal.

Febre suspeita

Segundo a KCNA, a Coreia do Norte registrou neste sábado 21 mortes por uma febre de origens não identificada e mais de 174 mil casos, o que elevou o número de óbitos para 27 e o de infecções pra mais de 524 mil desde o início do surto no final de abril. Pyongyang disse que 243.630 pacientes já se recuperaram e 280.810 permanecem em quarentena, não especificando quantos casos desta febre e quantas mortes foram causadas por covid-19.

A imprensa oficial afirmou que amostras de vírus recolhidas no domingo de um número não especificado de doentes com a febre, na capital do país, confirmaram que estavam infectados com a variante ômicron do coronavírus.  Apesar disso, até agora, a Coreia do Norte só confirmou uma morte por covid-19.

Especialistas, no entanto, estimam que o número de casos pode ser bem maior dada a capacidade limitada de testagem no país. O número de mortes também pode chegar a milhares, pois a Coreia do Norte é um dos poucos países do mundo que não lançou uma campanha de vacinação contra o coronavírus. Pyongyang rejeitou ofertas de vacina da Organização Mundial da Saúde (OMS), da China e da Rússia.

O lockdown pode ainda agravar a crise alimentar, pois reduzirá a força de trabalho e dificultará os esforços para combater a seca.

Confirmação recente

O país relatou os primeiros casos de covid na quinta-feira, mas não informou sobre a possível origem do surto. No dia seguinte, a KCNA noticiou que Kim visitou a sede de prevenção de epidemias, onde "aprendeu sobre a disseminação do coronavírus" no país.

A Coreia do Norte foi um dos primeiros países do mundo a fechar as fronteiras em janeiro de 2020, depois de o vírus ter surgido na vizinha China. No início deste ano, porém, a fronteira com a China foi reaberta para o comércio. O país comunista se orgulhava da capacidade de manter a pandemia sob controle e, até agora, não havia relatado nenhum caso de covid-19 à OMS.

Um representante da OMS para a Coreia do Norte disse na sexta-feira que a organização ajudou Pyongyang a desenvolver um plano de vacinação no início deste ano. A Coreia do Sul também ofereceu imunizantes ao país.

cn (Reuters, Lusa, ap, dw)