Kiev cobra "reação firme" do Ocidente a violações da trégua
17 de fevereiro de 2015Os intensos combates nas ruas de Debaltsevo, importante centro ferroviário no leste da Ucrânia, levaram nesta terça-feira (17/02) o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, a cobrar uma "reação firme" do Ocidente.
Em telefonema com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, ele chamou as ações separatistas na cidade de um "ataque cínico" e uma clara violação do acordo de paz assinado em Minsk, na semana passada, por Rússia, Ucrânia, França e Alemanha.
"Eu apelo aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que evitem mais violações [da trégua] e operações militares de larga escala no coração da Europa", disse Poroshenko
O governo da Ucrânia acusa os rebeldes de estarem destruindo o acordo de cessar-fogo ao provocarem combates em Debaltsevo. "Batalhas de ruas continuam, e os rebeldes estão atacando a cidade em grupos, com apoio da artilharia e armamento pesado", afirmou o Ministério da Defesa da Ucrânia. "Parte da cidade foi capturada pelos bandidos."
Pouco depois, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução unânime, apelando às duas partes do conflito para cessarem imediatamente as hostilidades e respeitarem o acordo firmado em Minsk. Na resolução apresentada pela Rússia, os 15 países-membros destacam ainda a independência da Ucrânia.
Cerco separatista
Cerca de 8 mil soldados ucranianos estariam na cidade, cercados pelas forças dos separatistas pró-Rússia. O "ministro da Defesa" da autoproclamada República de Donetsk, Vladimir Kononov, afirmou que cerca de 80% da cidade foram controlados e que o restante será ocupado em breve.
Combatentes teriam atacado Debaltsevo a partir do norte e do leste, tendo assumido o controle da estação ferroviária. A cidade é um importante centro de conexão ferroviária entre Donetsk e Lugansk, ambas bastiões dos rebeldes.
O governo da Ucrânia negou que a cidade tenha sido tomada, mas reconheceu que vários soldados ucranianos foram feitos prisioneiros em Debaltsevo. Segundos militares ucranianos, ao menos dez soldados morreram em combates depois do início do cessar-fogo, na meia-noite de sábado para domingo.
Ao contrário do que foi definido no acordo, tanto as tropas do governo como os rebeldes não começaram a recolher suas armas pesadas para trás das respectivas linhas divisórias, alegando que o outro lado não está respeitando o cessar-fogo. A retirada deveria começar dois dias depois do início da trégua, mas ambos os lados alegam que ela ainda não começou.
A presidência da Ucrânia pediu à Otan e à União Europeia que condenem a violação de cessar-fogo por parte dos rebeldes.
AS/afp/ap/dpa/lusa