Keiko Fujimori é detida por lavagem de dinheiro no Peru
10 de outubro de 2018A líder da oposição no Peru Keiko Fujimori foi detida nesta quarta-feira (10/10) por suspeita de lavagem de dinheiro, após ser interrogada num tribunal. Autoridades investigam ainda o marido de Keiko, o americano Mark Vito.
O juiz Richard Concepción Carhuancho aceitou o pedido da promotoria e ordenou uma "detenção preliminar" de dez dias para Keiko e outras 19 pessoas, entre elas os ex-ministros Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya, além de supostos intermediários em pagamentos da Odebrecht à campanha eleitoral de Keiko à presidência do Peru em 2011.
A resolução judicial detalhou que a decisão foi tomada devido à evidência "grave (de) perigo de fuga de parte de Keiko Sofía Fujimori Higuchi, porque constituiu uma organização criminosa no interior do partido político Força 2011 (atual Força Popular)".
Ainda segundo a decisão judicial, essa suposta organização criminosa "tinha como objetivo obter poder político e, por consequência, ter um nível de influência e interferência no Poder Legislativo e no Poder Judiciário".
A advogada da Keiko, Giuliana Loza, confirmou sua detenção e disse que se trata de "uma resolução arbitrária e abusiva", porque sua cliente tinha comparecido ao tribunal em "estrito cumprimento" das ordens judiciais.
"É uma resolução que não tem sustentação alguma, sem argumento algum", enfatizou a advogada em declarações à emissora de televisão Canal N, antes de acrescentar que se trata de "uma medida sem fundamento" porque se baseia no fato de Keiko ser a líder do partido Força Popular.
Além disso, Loza disse que estão sendo realizados os trâmites regulamentares da ordem de detenção, o que implica a transferência de Keiko para a sede da Direção de Investigação Criminal (Dirincri) da Polícia Nacional, no centro histórico de Lima.
Keiko e Vito são investigados por lavagem de dinheiro por doações recebidas em campanhas eleitorais em 2011 e 2016. Num financiamento irregular, a Odebrecht teria entregue 1,2 milhão de dólares para Yoshiyama e Bedoya para a campanha de 2011.
O partido teria financiado ainda campanhas com supostos coquetéis, nos quais seus apoiadores pagavam quantias elevadas para participar da festa.
Tanto Marcelo Odebrecht como seu ex-representante no Peru Jorge Barata disseram aos promotores peruanos que a construtora forneceu recursos para a campanha de Keiko. A filha do ex-presidente Alberto Fujimori nega reiteradamente ter recebido esse dinheiro.
CN/efe/dpa
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