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Esporte

Justiça espanhola aceita processar Neymar por corrupção

7 de novembro de 2016

Após reabertura de processo referente à transferência do atacante ao Barcelona, juiz propõe julgamento de atleta, seus pais e de dirigentes dos clubes envolvidos. Eles são acusados de ocultar valor real de transação.

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Neymar
Foto: picture-alliance/Anadolu Agency/B. Akbulut

A Audiência Nacional da Espanha aceitou nesta segunda-feira (07/11) processar Neymar por suspeita de fraude e corrupção na transferência do atacante do Santos para o Barcelona, em 2011. O juiz José de la Mata também propôs o julgamento dos pais do atleta e de dirigentes dos clubes envolvidos.

O juiz acatou o pedido de investigação sobre a contratação do jogador brasileiro depois de uma denúncia do grupo brasileiro de investidores DIS, que afirma que houve fraude no negócio. 

O grupo de investidores se considera lesado por supostamente não ter recebido a quantia que lhe cabia da transação envolvendo o atleta. O grupo disse que deveria ter obtido 40% de todos os valores pagos na transferência de Neymar, em 2013, mas parte do dinheiro teria sido ocultada.

O fundo afirma ter recebido esse percentual dos 17,1 milhões de euros que o clube catalão diz ter pago pela transferência do brasileiro. Entretanto, as investigações da Audiência Nacional espanhola comprovaram que o valor real da transferência foi superior a 83 milhões de euros.

De la Mata propôs que o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, seu antecessor no cargo, Sandro Rosell, e o próprio clube sejam julgados por corrupção e apropriação indébita.  A Neymar e aos pais do atleta cabe apenas a acusação de corrupção. Já Odilio Rodrigues Filho, dirigente do Santos na época, e o clube devem responder pelo crime de apropriação indébita.

O Barcelona afirmou que vai entrar com um recurso contra a decisão da Audiência Nacional da Espanha.

Em julho, o juiz De la Mata havia decidido arquivar o processo, mas ele o reabriu em setembro, após um recurso apresentado pelo Ministério Público espanhol em conjunto com a Federação das Associações de Atletas Profissionais da Espanha e o DIS, que tinha direito a 40% do valor dos direitos econômicos do jogador.

De acordo com o magistrado, o acordo assinado em 2011, pelo qual o atacante receberia 40 milhões de euros para ser contratado no futuro pelo Barcelona, "teria alterado o livre comércio de jogadores".

"Ao impedir que o jogador entrasse no mercado conforme as regras da livre concorrência, de modo a obter uma maior quantia econômica pela transferência, isso constitui crime de corrupção", diz o texto da decisão.

Para De la Mata, a atuação dos dois dirigentes do Barcelona não foi informada ao resto da diretoria, nem ao Santos, nem ao DIS, enquanto o atacante ainda tinha contrato com o clube brasileiro.

Em 2014, o Barcelona admitiu a fraude, e isso resultou na saída de Rosell da presidência do clube. E baseado nessa investigação que o DIS, em junho de 2015, apelou à Justiça espanhola.

CN/efe/rtr