Justiça do Egito proíbe atividades da Irmandade Muçulmana
23 de setembro de 2013Um tribunal egípcio anunciou nesta segunda-feira (23/09) a proibição das operações da Irmandade Muçulmana no país e de qualquer organização que esteja vinculada ou receba ajuda financeira do grupo. A corte determinou também o confisco de todos os bens da Irmandade, no mais recente revés para o movimento islamista do ex-presidente Mohamed Morsi, deposto pelo Exército em 3 de julho.
A decisão da corte de proibir as atividades de "qualquer instituição que esteja envolvida ou que pertença à Irmandade" pode restringir o braço político do movimento, o Partido de Liberdade e Justiça. A sentença poderá, ainda, ser apelada e derrubada por um tribunal superior.
A Irmandade Muçulmana afirmou que a decisão judicial é “totalmente política” e denunciou que em nenhum momento o grupo foi informado sobre o processo aberto contra ele. No Twitter, o grupo publicou uma mensagem dizendo que continuará ativo, mesmo se dissolvido.
Islan Taufiq, porta-voz da Irmandade, afirmou que o grupo vai apelar contra a sentença, "já que foi emitida por um tribunal não competente". Para ele, casos como esse são de competência do Tribunal Administrativo e não da Corte de Assuntos de Urgência do Cairo.
O atual governo promove a maior perseguição em décadas contra a Irmandade, que diz ter um milhão de membros. O grupo venceu eleições parlamentares e presidenciais após a derrubada do ditador Hosni Mubarak, em 2011.
A decisão desta segunda-feira do tribunal levanta a possibilidade de alguns membros da Irmandade perderem a fé na resistência pacífica e recorrerem à violência contra o governo. A queda de Morsi, classificada como golpe pela Irmandade, abriu uma crise política no Egito.
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