Falta de provas
15 de junho de 2007
O espancamento de Ermyas M. aconteceu pouco antes da Copa da Alemanha, acirrando no país o medo de violência xenófoba durante um evento que atraiu mais de dois milhões de estrangeiros.
A vítima era um engenheiro de 38 anos, pai de dois filhos, nascido na Etiópia e radicado na Alemanha desde 1987. Ermyas M. foi encontrado inconsciente e gravemente ferido em uma estação de bonde na cidade de Potsdam, na manhã de 16 de abril de 2006.
Racismo
Interpretado como ato de racismo, o ocorrido provocou uma série de protestos populares e reivindicações por maior rigor contra os atos de violência xenófoba recorrentes no Leste da Alemanha. Milhares de manifestantes expressaram sua solidariedade à vítima.
No momento do espancamento, Ermyas M. estava falando ao telefone com sua esposa. A secretária eletrônica registrou os xingamentos de teor racista. Foi o que permitiu a reconstrução do que ocorreu naquela noite e viabilizou a prisão dos suspeitos.
Ermyas M. foi acusado de ter consumido quantidade excessiva de álcool na mesma noite do espancamento. A polícia também afirmou que, antes do ocorrido, ele teria se envolvido em confusões dentro de uma boate e trocado xingamentos e gritos com um motorista de ônibus.
Falta de evidências
Os réus Björn L. e Thomas M., negaram ter participado do ataque ou ter qualquer envolvimento com organizações de extrema direita. Além disso, nenhum dos dois tinha precedentes de atos xenofóbicos.
O Tribunal Regional de Potsdam ouviu vários depoimentos contraditórios. Ao fim do processo, a decisão foi absolver os acusados por falta de provas. (jl)