Juncker nega ter criado paraíso fiscal em Luxemburgo
17 de setembro de 2015O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, negou nesta quinta-feira (17/09), em Bruxelas, as acusações de ter criado um paraíso fiscal em Luxemburgo.
“Eu não criei em Luxemburgo nenhum sistema de evasão fiscal às custas de outros países europeus”, afirmou a uma comissão especial do Parlamento europeu que investiga o escândalo que ficou conhecido como Luxleaks.
Juncker ressaltou ainda que em Luxemburgo as autoridades fiscais aplicaram as leis em vigor e que o governo não teria influência sobre isso. No ano passado, uma rede de pesquisa revelou centenas de casos de empresas multinacionais, como a Amazon, que se instalaram no pequeno país para evitar o pagamento de impostos em outros países europeus.
O escândalo atingiu diretamente o presidente da Comissão Europeia, que durante 18 anos foi o primeiro-ministro de Luxemburgo. Por isso, Juncker seria responsável pelas práticas fiscais do país.
Ele negou que Luxemburgo violou o direito europeu. Antes de participar da comissão, Juncker criticou o sistema fiscal europeu e o denominou “injusto e ilegível”.
O escândalo do Luxleaks revelou no final do ano passado que centenas de multinacionais assinaram acordos secretos com as autoridades fiscais do pequeno país para diminuir significativamente o valor a pagar em impostos, privando outros Estados europeus de milhões de euros em receitas fiscais.
Os acordos foram realizados entre 2003 e 2011, quando Juncker era primeiro-ministro de Luxemburgo.
CN/afp/dpa/lusa