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ConflitosIsrael

Israel promete "continuar guerra" contra Hamas após trégua

Publicado 22 de novembro de 2023Última atualização 23 de novembro de 2023

No primeiro pronunciamento depois do acordo para libertar reféns, Netanyahu reitera que meta é resgatar todos os sequestrados e liquidar o grupo islâmico palestino. Primeiras libertações só devem ocorrer na sexta-feira.

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Benjamin Netanyahu fala em púlpito, com bandeiras de Israel atrás de si
Netanyahu (foto de arquivo): "Estamos falando de sub-humanos cruéis e assassinos"Foto: imago images/Xinhua

O governo de Israel prometeu nesta quarta-feira (22/11) continuar a guerra contra os "sub-humanos” do Hamas depois da trégua acordada com o grupo terrorista para a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos. Inicialmente prevista para esta quinta-feira, contudo, a pausa nas hostilidades não deve acontecer antes de sexta, disseram fontes militares israelenses. 

"Cidadãos de Israel, quero ser claro, a guerra continua. Continuaremos até atingirmos todos os nossos objetivos de trazer de volta todos os reféns, de liquidar o Hamas e de garantir que no dia seguinte ao Hamas, em Gaza não haja nenhum fator para que as crianças sejam educadas no terror ou que seja um refúgio para terroristas", disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no seu primeiro pronunciamento público após o acordo alcançado com o grupo islâmico.

Netanyahu também afirmou que enviou a mesma mensagem para o presidente dos EUA, Joe Biden, durante um telefonema. Ele ressaltou, ainda, que instruiu o Mossad, o serviço de inteligència de seu país, para ir atrás da liderança do Hamas exilada "onde quer que eles estejam".

Visita aos reféns em cativeiro

Netanyahu insistiu que o acordo alcançado com o Hamas, que inclui uma trégua de quatro dias para a libertação de 50 reféns israelenses e 150 prisioneiros palestinos, surgiu graças à combinação de um esforço militar para criar pressão sobre o Hamas e outro político.

O chefe de governo de Israel informou que o acordo com o Hamas inclui uma cláusula prevendo que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha visitará os reféns israelenses em cativeiro.

"Aproveitamos todas as oportunidades para libertar os nossos reféns, porque trazê-los de volta é uma missão sagrada”, disse o premiê numa conferência de imprensa conjunta com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o antigo ministro da Defesa e membro do gabinete de guerra, Benny Gantz.

No seu discurso, Gallant insistiu que "o Hamas só entende a força, portanto, quanto mais força, maior será o feito e, portanto, melhor será a oportunidade de trazer de volta os reféns”.

"Sub-humanos, cruéis e assassinos"

"Estamos falando de sub-humanos cruéis e assassinos, mas eles compreendem a força, e espero que, com a ajuda de Deus, libertemos os reféns e mostremos ao mundo a força israelense”, disse o ministro da Defesa, que sublinhou a determinação do governo israelense de continuar a guerra que, em 47 dias, já custou a vida de mais de 14 mil palestinos, incluindo mais de 5 mil crianças, segundo as autoridades da Faixa de Gaza.

Para Gallant, "todo o sistema de segurança está empenhado em completar a guerra até atingirmos os seus objetivos: liquidar o Hamas e trazer de volta os reféns”.

O governo de Israel concordou na terça-feira em autorizar a trégua com o Hamas com a rejeição dos três ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit), do ultradireitista e ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, por considerarem que se trata de um erro que prejudicará Israel.

Neste sentido, Benny Gantz sublinhou ter consciência de que, com a trégua, "o outro lado” vai "tentar ganhar tempo”. E declarou: "A decisão de ontem foi uma das decisões mais difíceis que tomei nos quarenta anos em que tenho servido este país e nesta guerra. Haverá muitas mais decisões deste tipo, mas estou totalmente convencido de que esta é a decisão certa".

Libertações só na sexta

Nenhum refém israelense sequestrado pelo Hamas será libertado antes de sexta-feira, anunciou nesta quarta-feira o chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, apesar das informações de que tanto a trégua de quatro dias quanto as primeiras libertações de 50 reféns acordadas no acordo começariam nesta quinta-feira.

“As negociações para a libertação dos nossos reféns não param”, disse Hanegbi num comunicado, acrescentando que “as libertações começarão de acordo com o acordo original entre as partes e não antes de sexta-feira”.

md (EFE, AP, AFP, Reuters)