Israel inicia ataques terrestres a alvos do Hamas na Faixa de Gaza
13 de julho de 2014Na ofensiva contra o grupo radical islâmico Hamas, que detém o poder na Faixa de Gaza, o Exército israelense utilizou temporariamente pela primeira vez, na madrugada deste domingo (13/07), tropas terrestres para atacar um local de lançamento de foguetes no norte da região palestina, afirmou uma TV israelense.
Isso é visto como um primeiro estágio para uma maior ofensiva terrestre. O Exército israelense já avançou repetidas vezes por terra na Faixa de Gaza, como em junho e novembro de 2006 e em janeiro de 2009. No conflito na Faixa de Gaza no final de 2012, os militares israelenses dispensaram tal tipo de ofensiva.
Enquanto isso, no sexto dia dos ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza, o número de mortos do lado palestino subiu para 166. Segundo o porta-voz das equipes de resgate locais, 1.120 pessoas ficaram feridas desde o início da ofensiva.
Novos ataques aéreos
Neste domingo, o Exército israelense também deu um ultimato aos moradores de dois bairros de Beit Lahyia, no norte da Faixa da Gaza, para abandonarem suas casas, porque a partir do meio-dia (hora local) a zona seria bombardeada.
Por meio de panfletos escritos em árabe e lançados pelo ar, além de mensagens transmitidas por ligações telefônicas automatizadas e mensagens de texto enviada a celulares, o Exército israelense advertiu a população civil de que o "Exército tem a intenção de atacar infraestruturas terroristas ao leste de Al Atara e As-Sultan e ao norte do campo de refugiados de Yabalia".
O Exército israelense advertiu ainda no panfleto que a população civil desses bairros deve "ter o cuidado" de não permanecer nessa zona. "A operação do Exército será curta. Quem não prestar atenção a estas instruções põe em perigo a sua vida e a de sua família", afirmou um porta-voz do Exército.
Fontes militares disseram ainda que milícias palestinas estariam disparando foguetes a partir de tais zonas. "Do norte da Faixa de Gaza dispararam mais do que de outras zonas e, por isso, pedimos para que a população abandone essa área antes de expandirmos a operação", disse uma fonte militar ao site do jornal Yedioth Aharonoth.
Espiral de violência
Essa nova espiral de violência no Oriente Médio foi desencadeada pelo sequestro e homicídio de três adolescentes israelenses na Cisjordânia, um ataque que Israel atribuiu ao Hamas, seguido da morte de um jovem palestino queimado em Jerusalém por extremistas judeus.
A atual campanha militar é descrita como a mais mortal desde a operação realizada em 2012 contra o Hamas. Na ocasião, o número de mortos foi fixado em 177 palestinos e seis israelenses num período de uma semana. Na atual operação, até agora não foi reportada nenhuma vítima fatal pelo lado israelense.
Diante da escalada do conflito, a comunidade internacional se esforça pelo fim da violência. Neste domingo, o enviado especial do chamado Quarteto para o Oriente Médio (EUA, União Europeia, ONU e Rússia) viajou para realizar reuniões no Egito.
Também neste domingo, os ministros do Exterior da Alemanha, França, Reino Unido e EUA – respectivamente, Frank-Walter Steinmeier, Laurent Fabius, William Hague e John Kerry – deverão discutir sobre o conflito em Viena, na Áustria. O Ministério do Exterior em Berlim confirmou ainda que Steinmeier vai viajar para o Oriente Médio nesta segunda e terça-feira.
Neste sábado, o Conselho de Segurança da ONU debateu a escalada de violência. Em comunicado conjunto, os 15 países-membros do Conselho apelaram para um cessar-fogo. Nesta segunda-feira, os ministros do Exterior da Liga Árabe deverão se encontrar em reunião extraordinária para discutir a situação na Faixa de Gaza.
CA/dpa/afp/lusa