Pazuello ganha cargo de "estrategista" no governo Bolsonaro
1 de junho de 2021O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que comandou a pasta de maio de 2020 a março de 2021 e é um dos principais alvos da CPI da Pandemia, foi nomeado nesta terça-feira (1º/06) para um cargo dentro da Presidência da República.
General da ativa do Exército, ele exercerá o cargo de secretário de estudos estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, que fica no Palácio do Planalto e é comandada por Flávio Rocha, almirante da Marinha.
A portaria de sua nomeação foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, general da reserva, e publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
Pazuello terá um cargo DAS 6, a hierarquia mais alta possível para cargos de confiança, com um salário de R$ 16.994,90 que se somará ao seus vencimentos do Exército, sujeito ao teto constitucional de R$ 39,2 mil.
O cargo permite que Pazuello esteja próximo de Bolsonaro, mas não garante ao ex-ministro foro privilegiado – ele pode vir a responder a inquéritos e eventuais ações penais na primeira instância da Justiça.
Atualmente, além de alvo da CPI, que já o convocou para um segundo depoimento e pode solicitar o seu indiciamento, Pazuello é investigado pela Polícia Federal por conta de suas decisões quando estava à frente do Ministério da Saúde, em especial o caso da falta de oxigênio em hospitais de Manaus.
Em 23 de maio, Pazuello participou de um ato político no Rio de Janeiro ao lado do presidente, apesar de o regulamento disciplinar vedar participação de militares nesse tipo de evento. Pela participação no ato, o general está respondendo a um procedimento administrativo no Exército, que deve ser decidido em breve.
Pazuello comandou o ministério da Saúde entre maio de 2020 e março deste ano, e sua gestão foi alvo de críticas. Quando o general assumiu a pasta, o Brasil acumulava 233 mil casos e 15.633 mortes associadas à covid-19. Quando o substituto do general na pasta foi anunciado, o número de casos passava de 11,5 milhões, e o de mortes se aproximava de 280 mil, com o país ocupando o segundo lugar entre as nações com mais óbitos na pandemia. Pazuello também deixou o cargo sem garantir vacinas suficientes para a população.
bl (ots)