Internet nas nuvens
15 de janeiro de 2003A partir desta quarta-feira (15/1), a empresa aérea alemã oferece o serviço inédito aos passageiros dos vôos entre Frankfurt e Washington: até o dia 15 de abril, eles poderão navegar gratuitamente pela internet durante a viagem.
Trata-se, inicialmente, de um projeto-piloto com a duração de três meses. Mas o vice-presidente da Lufthansa, Wolfgang Mayrhuber, faz um prognóstico otimista: "O que estamos lançando hoje como estréia mundial, deverá ser o padrão normal dentro de poucos anos".
Técnica complicada
Os técnicos da Lufthansa e os engenheiros da Boeing necessitaram de longo tempo para desenvolver e testar o novo sistema. O maior problema era o de manter estável o acesso ilimitado e de banda larga à rede mundial de computadores. O equipamento foi montado sob a "corcova" típica do Jumbo (Boeing 747-400).
A antena tem de permanecer sempre voltada para os satélites de comunicação, localizados a 36 quilômetros de altura sobre o Equador: viajando a uma velocidade de 900 km/h e com todas as mudanças de direção e de altitude de vôo. Do contrário, o contato com a internet é interrompido imediatamente.
Adiamento
O acesso à internet durante as viagens internacionais já constava dos planos de inúmeras companhias aéreas, há algum tempo. Após os atentados de 11 de setembro e a crise que se seguiu, os projetos foram deixados temporariamente de lado. Agora, começam a ser retomados.
A Lufthansa é a primeira empresa aérea a testar o serviço. Mas já em fevereiro, também a British Airways fará seus primeiros testes. A companhia aérea escandinava SAS e a japonesa JAL também já anunciaram que pretendem oferecer acesso à internet, mas ainda não fixaram data. Na Ásia, a Singapore Airlines já oferece atualmente um acesso limitado à rede mundial de computadores: sem banda larga e restrito a alguns serviços específicos.
Implantação em 2004
Se a fase de testes transcorrer a contento e a aceitação for boa entre os passageiros, a Lufthansa pretende equipar cerca de 80 aeronaves de longa distância com o sistema denominado de FlyNet, a partir de meados de 2004. Mas, então, o serviço deixará de ser gratuito.
O preço a ser pago por quem quiser navegar na internet a 10 mil metros de altura é calculado atualmente em torno de 30 a 35 euros por vôo (entre 100 e 130 reais). O porta-voz da Boeing, Heinrich Grossbongardt, está certo de que os passageiros farão uso do novo serviço, apesar do preço: "Estamos convencidos de que a oferta trará às companhias aéreas uma vantagem de mercado sobre as concorrentes que não dispuserem desse serviço".