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Imposto deve combater o perigo dos alcopops

ef9 de janeiro de 2004

Refrigerante com vodca, rum, Bacardi ou uísque virou moda na Alemanha, sendo consumido por 8% das crianças e 22% dos jovens. Ante o perigo de vício, os alcopops e bebidas ice deverão ser encarecidos com imposto.

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Refrigerantes com álcool acessíveis a crianças e jovensFoto: AP

O teor de álcool nas bebidas da moda entre a juventude na Alemanha vai de 3,5% a 20%. Os sabores também variam, predominando os de limonada, cola e vinhos afrutados, sedutoramente gostosos e leves. O sucesso dos chamados alcopops é atribuído também à sua estratégia de marketing aliada a inovação e design moderno, que atraem a moçada. Sua venda é proibida para menores de 18 anos, mas é comum ver grupos de adolescentes nos bares, discotecas e até mesmo a caminho da escola com suas garrafinhas ou latinhas destes 30 tipos de refrigerante.

Apoio popular

- Exatamente por causa de toda a grande atração que exerce sobre os jovens, o governo planeja aumentar o imposto sobre os alcopops para aumentar seu preço e torná-los menos acessíveis a essa faixa de consumidor. Cerca de 69% da população apoiaria tal medida, porque a bebida pode contribuir para o aumento do número de alcoólicos no país, segundo pesquisa de opinião do instituto Dimap.

A quantidade de viciados em álcool na Alemanha é de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas, segundo a organização Alcoólicos Anônimos, fundada há mais de 50 anos no país. Cerca de 30% dos alcoólatras são mulheres.

Fabricantes e revendedores dos refrigerantes com mistura de álcool são, porém, contra um aumento do imposto. A Associação Alemã de Empresas de Bebidas Alcoólicas (BSI) alega que os alcopops são comercializados legalmente e que suas etiquetas indicam a proibição de venda a menores de 18 anos. Os revendedores sabem disso, mas não recusam clientes. Além do mais, a meninada sempre pode dar um jeitinho para adquirir o produto no mercado.

Prós e contras

- Os alcopops representam 0,4% do mercado de bebidas na Alemanha e uma taxação não resolveria o problema, segundo a organização de cúpula do mercado varejista. A central alemã de assistência aos viciados (DHS) tem outra opinião. O seu diretor Rolf Hüllinhorst acha que um aumento de mais um euro por unidade dessas bebidas de 100 mililitros surtiria efeito positivo.

"A moçada tem que sentir no bolso", argumenta a secretária de Estado do Ministério da Saúde em Berlim, Marion Caspers-Merk, "pois as bebidas mescladas são especialmente perigosas para jovens que até então não gostaram de álcool. Os aromas adocicados e intensos mascaram o sabor desagradável do álcool e assim ninguém percebe que, na realidade, está ingerindo forte bebida alcoólica."

A política do Partido Social Democrata (SPD) chama atenção para o exemplo da França, onde os preços dos alcopops foram duplicados em 1997 com um imposto adicional e o mercado dessas bebidas praticamente entrou em colapso. O imposto no país vizinho é de 90 centavos de euro por unidade. Caspers-Merk gerou a maior gritaria no mercado quando revelou que o governo estava examinando a possibilidade de adotar a mesma medida na Alemanha.

A ministra da Defesa do Consumidor, Renate Künast, apóia o aumento do imposto sobre os alcopops e quer que os recursos arrecadados sejam aplicados em campanhas de esclarecimento ou em medidas de combate ao consumo de drogas em geral.