Importância do passado para a Alemanha
Na Alemanha, pode-se deparar com a história do nazismo – a história do extermínio de milhões de judeus, milhares de ciganos, homossexuais e adversários políticos do terror hitlerista – em lugares como o ex-campo de concentração de Dachau ou numa das muitas exposições que tratam do capítulo mais terrível da história alemã.
A tentativa de superação do passado é tema constante nos jornais, através de polêmicas como o envio de soldados alemães ao Oriente Médio, as bandeiras içadas durante a Copa 2006 ou a construção do Memorial do Holocausto. Assuntos como a indenização das vítimas de trabalhos forçados, a "minimização" dos crimes nazistas por um escritor famoso ou a violência de jovens extremistas de direita desencadeiam logo um debate. A polêmica normalmente desemboca em formas de "trabalhar o luto" ou em "estratégias de esquecimento".
A Alemanha quer ser um país normal. Mas o que é a "normalidade"? Será que ela é possível e desejável, diante do passado que pesa sobre o país? Muitos alemães acreditam que sim. Eles querem "pôr um ponto final" na questão do nazismo, mais de meio século após o término da Segunda Guerra Mundial.
Ainda há alemães que, mesmo não se considerando adeptos do nazismo, acreditam que Hitler poderia ter sido "um dos maiores estadistas alemães", se não tivesse iniciado a guerra e perseguido os judeus. Para as novas gerações, o Holocausto nazista não passa, muitas vezes, de um capítulo nas aulas de História. Contra isso é que lutam historiadores, intelectuais e políticos.