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Vovô na internet

4 de setembro de 2011

Cada vez mais idosos na Alemanha decidem fazer parte das redes sociais na internet. Eles usam a rede mundial de computadores de forma pragmática e objetiva. E por um motivo muito simples.

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Grupo de idosos na rede quintuplicou na AlemanhaFoto: Picture-Alliance/dpa

Klaus Schmolz não tem medo de novas experiências. Com 65 anos de idade, ele já comprou mais um notebook novo. O aposentado, que vive em Colônia, no oeste da Alemanha, nunca tinha tido contato com a internet. Até que resolveu se lançar no mundo virtual. Hoje ele utiliza Facebook, ebay, Skype entre outros sites e ferramentas sociais na rede.

Schmolz não foi forçado por terceiros para aprender a usar a nova mídia; aprendeu por interesse próprio. Ele pensou: "Se você não se integrar nesse meio, vai ficar para trás e vai perder o contato com seus netos e com a juventude porque não fala a mesma língua que eles." Portanto ele mesmo se impôs a tarefa - e hoje tira proveito dela. O contato com seus netos ficou muito mais simples.

Pouca alternativa

Hendrick Speck é professor de Mídias Digitais na Universidade de Ciências Aplicadas de Kaiserslautern. Ele diz compreender as motivações de Schmolz. "Os idosos não têm muitas outras chances. Se quiserem manter contato com os filhos e netos, têm que usar os meios virtuais."  Speck explica que essa nova tendência se deve à mobilidade das novas gerações: filhos e netos não vivem mais a vida inteira no mesmo lugar e quase nunca passam toda a carreira no mesmo emprego.

Na Alemanha, os idosos na rede ainda são figuras exóticas. Porém os números vêm mudando rápido: em 2010, apenas um quarto das pessoas acima de 60 anos eram usuários ativos na internet, segundo um estudo realizado pelos canais de televisão públicos alemães ARD e ZDF. Em 2011, esse número já chegou a 34% – um aumento respeitável de 23%.

Nenhum outro grupo cresce  tão rápido na rede quanto o dos idosos. Porém, eles são ainda apenas 10% dos usuários online. Mesmo assim, em 2008 representavam apenas 2% – quintuplicaram de lá para cá.

Sites para idosos são impopulares

Há tempos, algumas empresas resolveram se especializar em redes de relacionamentos para a terceira idade. Elas evitam associar a palavra "idoso" a seu perfil, mas mesmo assim não são populares e, a julgar pelo número de usuários, devem desaparecer em pouco tempo, diz o professor Speck. "Essas plataformas são tão atrativas para os idosos como telefones com teclas grandes." Ou seja, nem um pouco.

Um portal, entretanto, consegue atrair a atenção dos mais velhos já há anos. É o stayfriends.de, online desde 2002. O site é especializado em conectar ex-colegas de escola. Segundo levantamento, no segundo trimestre de 2011, 13% dos novos membros do Satyfriends eram pessoas acima dos 60 anos – em 2008 eram apenas 5%.

O grupo que mais cresce é o de pessoas acima de 50 anos, diz Michel Lindenberg, diretor e um dos fundadores do site. "Nós conversamos com nossos usuários sem chamá-los de senhores e também temos uma boa política de proteção de dados. A necessidade dos mais velhos é simples, eles precisam se sentir seguros na internet", pontua Lindenberg como motivo de sucesso de seu portal, que também é simples de utilizar.

Encontro de pai e filhas pela internet

Para Klaus Schmolz, a internet foi uma bênção também por outro motivo. Ele teve duas filhas em uma relação extraconjugal, mas perdera o contato com elas há décadas. Depois de abrir uma conta no site de relacionamentos wer-kennt-wen.de (quem-conhece-quem.de), suas filhas, que também estavam no site, encontraram o pai e lhe mandaram mensagens. O aposentados respondeu e pouco depois a alegria familiar estava completa.

Autora: Arne Lichtenberg (cs)
Revisão: Francis França

Klaus Schmolz
Schmolz reencontrou as fihas em uma rede social na internetFoto: Arne Lichtenberg
Hendrik Speck
Para Speck, mobilidade dos netos obriga a entrar na redeFoto: Arne Lichtenberg