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Holanda admite que pode não achar todos os corpos de vítimas do MH17

28 de julho de 2014

Mais de 220 caixões já foram levados para o país, mas chefe policial diz que, 11 dias após o desastre, será difícil encontrar mais mortos. Forças ucranianas estão perto de retomar controle do local da queda.

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Foto: Reuters

Os investigadores holandeses admitiram nesta segunda-feira (28/07) que os corpos de muitas das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido há 11 dias no leste ucraniano, podem jamais serem encontrados.

"Eu gostaria muito de dar garantias de que todos os restos mortais e objetos dos passageiros fossem levados para casa. Mas as chances de que conseguiremos isso tudo não são muito altas", disse Gerard Bouman, chefe de polícia, em audiência no Parlamento holandês.

Bouman disse não saber quantos corpos foram encontrados até o momento. Ao todo, 228 caixões foram levados de avião para a Holanda, mas, segundo ele, um caixão não corresponde necessariamente a uma vítima. Do total de mortos, 193 eram holandeses.

"O que encontramos nos sacos enviados da Ucrânia é indescritível, é realmente horrível", disse ao Parlamento. "Há fragmentos humanos, grandes e pequenos. Alguns fragmentos estão queimados."

Nesta segunda-feira, a alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, afirmou que a derrubada do avião pode ser considerado um crime de guerra. "É imperativa uma investigação rápida, completa, efetiva e independente sobre o ocorrido", disse.

Ukraine Absturzstelle MH-17
Tropas de Kiev retomaram mais território dos rebeldes pró-Rússia e estão perto do local do desastreFoto: Reuters

A Ucrânia informou, também nesta segunda-feira, que suas tropas retomaram mais território dos rebeldes pró-Rússia e que conseguiram avançar rumo ao local onde o voo MH17 Malaysia Airlines foi derrubado.

Segundo as autoridades em Kiev, suas tropas recuperaram o controle de duas cidades próximas ao local da queda do avião e estavam perto de tomar o vilarejo de Snezhnoye, perto de onde os Estados Unidos acreditam que os rebeldes tenham disparado o míssil contra o voo.

A análise da caixa-preta do avião mostrou que ele foi destruído por estilhaços de uma explosão do míssil, de acordo com uma autoridade da Ucrânia. Os investigadores britânicos, que acessaram os dados, ainda não comentaram a análise da caixa-preta. A investigação está a cargo da Holanda, país com maior número de vítimas.

RPR/ afp/ rtr/ dpa