Henkel, uma empresa que "une" o mundo
20 de março de 2005As partes do mundo precisam de cola para continuarem unidas. É com esta filosofia que, desde 1876, há quase 130 anos, a Henkel vem fabricando materiais adesivos para uso doméstico e industrial. Embora a empresa seja conhecida pelo consumidor por seus produtos de limpeza e higiene, é na indústria de adesivos que está a grande fonte de renda e também as perspectivas futuras da companhia, que emprega 50 mil pessoas no mundo e quase 600 no Brasil, onde está presente há quase 50 anos.
Graças ao extenso trabalho da Henkel em desenvolvimento de tecnologias, o uso de colas e adesivos na indústria – automotiva, de tecnologia da informação (TI) e até mesmo na aviação – está ficando cada vez mais comum. Em 2003, o uso de adesivos em produtos de alto valor agregado – uma área atendida pela subsidiária Henkel Technologies – rendeu cerca de 3 bilhões de euros à companhia, o que representa cerca de 30% do faturamento da holding.
Entretanto, executivos da empresa acreditam que esses números possam crescer de forma significativa, no curto prazo. Por isso, o grupo investe pesado em desenvolvimento de produtos. Em 2003, 257 milhões de euros – ou quase 3% das vendas totais da Henkel – foram usados na pesquisa de novos materiais. A tradição da empresa em inovar, aliás, é centenária, uma vez que o primeiro laboratório de desenvolvimento de produtos da companhia foi fundado há exatos cem anos.
Adesivos de alto valor agregado
Embora sejam linhas de produção tradicionais – e de relativo valor agregado, como calçados e móveis – que vêm primeiro à cabeça, quando se pensa no uso de cola na indústria, a Henkel entrou firme no segmento de TI. O uso de adesivos é uma boa maneira de tornar os produtos mais leves e garantir um melhor acabamento. Por isso, em muitos casos, a cola é a substituta ideal para parafusos e rebites. "Tudo pode ser colado. Por isso, eu digo isso: nós mantemos o mundo unido", afirmou à Deutsche Welle o diretor-executivo da empresa, Jochen Krautter
Mesmo em setores em que soldas, rebites e parafusos são fundamentais, como as indústrias automotiva e de aviação, a Henkel está ganhando mercado. Na construção do Airbus A380, uma aeronave com capacidade para até 850 passageiros que deve ganhar o mercado mundial em 2006, a redução do peso do avião era uma das prioridades. Como a maior parte do Airbus foi construído a partir de uma combinação de plástico e alumínio, uma nova tecnologia adesiva da empresa de Düsseldorf foi fundamental para manter os dois materiais unidos.
Trabalhando em todos os setores, a Henkel – que atua em 125 países – tem metas ambiciosas de crescimento nos chamados "países emergentes" (grupo do qual o Brasil faz parte). "Com a exceção da Groenlândia e da África Central, não há parte do planeta em que nós não trabalhemos. Nós estamos presentes nos países emergentes, e com produção própria", afirma o executivo.
Novos mercados
Entre os mercados com maiores perspectivas de crescimento para a Henkel estão o Leste Europeu (especialmente a Rússia) e a Ásia (com destaque para a China). De acordo com números oficiais da empresa, a demanda por adesivos na indústria destas regiões cresce dois dígitos por ano – o grupo espera que, até 2009, as vendas para estes mercados cresçam pelo menos 100%. "Temos possibilidades [no Leste Europeu e na Ásia] de conquistar grandes clientes, como as indústrias de automóveis, por exemplo", afirma.
Apesar de a área de adesivos para fins industriais ser a mais promissora, a Henkel segue firme também no mercado de varejo, com marcas conhecidas no Brasil, como as colas Pritt e Tenaz (materiais escolares e de escritório), o adesivo Loctite Super Bonder (consertos e construção), e Schwarzkopf (cosmética capilar). Na Alemanha, a empresa é muito famosa também por seus produtos de limpeza, especialmente por causa do sabão em pó Persil.