Haia absolve ultranacionalista sérvio de crimes de guerra
31 de março de 2016O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPI), sediado em Haia, absolveu nesta quinta-feira (31/03) o ultranacionalista sérvio Vojislav Seselj, de 61 anos. Ele foi declarado inocente de um total de nove crimes de guerra e contra a humanidade de que era acusado de ter cometido entre os anos de 1991 e 1994, em Bósnia, Croácia e Sérvia.
O tribunal considera que o fundador do Partido Radical Sérvio e um dos auxiliares mais próximos do ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic – morto na prisão, antes de um veredicto do TPI – tinha responsabilidade moral sobre os paramilitares que agiam nos conflitos, mas considerou que a acusação não conseguiu provar que eles obedeciam as suas ordens.
Segundo o veredicto, "as Forças Armadas iugoslavas estavam organizadas de acordo com o princípio da unidade de comando" e "os voluntários (do partido de Seselj) não estavam subordinados às suas ordens quando participaram em operações militares".
Portanto, Seselj "não podia ter nenhuma relação hierárquica com voluntários, uma vez que eles não eram integrados na estrutura das Forças Armadas regulares".
O veredicto, lido pelo juiz Jean-Claude Antonetti, foi duro com a promotoria, considerando que ela não conseguiu provar que Seselj cometera qualquer um dos nove crimes pelos quais fora acusado.
O réu também, segundo a corte, não teve responsabilidade criminal na expansão da violência na Sérvia e na deportação de milhares de croatas e muçulmanos sérvios dos territórios sérvios.
Por isso, os juízes declararam Seselj "um homem livre". O ex-líder ultranacionalista sérvio, porém, já havia sido condenado em seu país, mas acabou liberado em 2014 "por razões humanitárias" para que pudesse tratar um câncer.
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