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Grupo Wagner anuncia tomada de Bakhmut, Ucrânia nega

20 de maio de 2023

Chefe de mercenários afirma que operação para conquistar cidade no leste ucraniano "durou 224 dias". Kiev diz que suas tropas controlam bairro local, mas admite que situação é crítica.

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Combatente com roupa de camuflagem e máscara com ruínas ao fundo
Combatente do Grupo Wagner em BakhmutFoto: RIA Novosti/SNA/IMAGO

O chefe do grupo de mercenários russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou neste sábado (20/05) a tomada da cidade de Bakhmut, na Ucrânia, cercada há dez meses por suas unidades paramilitares.

"Hoje ao meio-dia foi tomado na cidade de Bakhmut o último reduto do bairro Samoliot", afirmou Prigozhin, com uma bandeira russa nas mãos e acompanhado por vários combatentes. Ele destacou que "a operação para tomar Bakhmut, 'moedor de carne de Bakhmut', durou 224 dias" e tinha como objetivo desgastar o Exército ucraniano e "dar ao maltratado Exército russo uma chance de se recuperar."

Foi uma campanha sangrenta que também revelou profundas tensões entre Prigozhin e o Ministério da Defesa russo, que ele repetidamente acusou de fornecimento insuficiente de armas e munições e de permitir que unidades regulares fugissem das posições assumidas pelo grupo paramilitar.

Kiev nega, mas diz que situação é "crítica"

Kiev imediatamente negou que suas forças estivessem deixando a cidade. A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malyar, afirmou que "combates pesados" continuam, embora ela tenha admitido que a situação é crítica.

"No entanto, nossas forças mantêm a defesa do bairro Samoliot", disse ela, observando que os defensores da cidade "controlam algumas instalações industriais e de infraestrutura nesta área e no setor privado".

O porta-voz do comando oriental das Forças Armadas Ucranianas, Serhiy Cherevaty, foi mais categórico ao afirmar que "isso é mentira. Nossas unidades estão lutando em Bakhmut".

Nos últimos dias, a Batalha de Bakhmut tornou-se uma espécie de corrida em duas frentes: enquanto, dentro da cidade, as forças do Wagner avançavam cada vez mais para o oeste e gradualmente ocupavam os últimos bairros, as forças ucranianas forçavam a retirada de unidades de militares russos que deveriam manter os flancos da cidade.

"Lutamos também contra a burocracia russa"

Esta situação irritou repetidamente Prigozhin, que seguidamente atacou o Ministério da Defesa russo.

"Lutamos em Bakhmut não só contra o exército ucraniano, mas também contra a burocracia russa, que nos atravessou paus nas rodas, refiro-me especialmente aos burocratas próximos dos círculos militares", denunciou, depois de anunciar a tomada de Bakhmut.

O chefe do Grupo Wagner foi mais preciso ao afirmar que o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Gerasimov, "transformaram esta guerra em entretenimento pessoal" e ao dizer que os "caprichos" deles custaram um grande número de baixas ao grupo paramilitar.

Coalizão de caças

Enquanto isso, a Ucrânia saudou o anúncio do presidente dos EUA, Joe Biden, que disse na cúpula do G7 na cidade japonesa de Hiroshima que Washington apoiará um esforço conjunto para treinar pilotos ucranianos para operar aeronaves de quarta geração, incluindo caças F-16.

"Saúdo a decisão histórica dos EUA e do presidente dos EUA de apoiar uma coalizão internacional de aeronaves de combate. Isso vai melhorar muito nosso Exército nos céus", afirmou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, nesta sexta-feira, horas antes de chegar ao Japão.

md/as (EFE, AFP)