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Gret Palucca, um dos grandes nomes da dança expressiva, completa 100 anos

8 de janeiro de 2002

A dançarina conhecida como Gret Palucca deu grandes impulsos à dança expressiva. A Escola Superior de Dança e Coreografia em Dresden porta seu nome.

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Gret Palucca no palco

O nome da cidade de Dresden está indelevelmente ligado ao desenvolvimento da Nova Dança Alemã, nas primeiras décadas do século passado. Foi lá, em 1919, que Gret Palucca, ao assistir a um espetáculo de dança de Mary Wigman (1886-1973), decidiu dedicar sua vida ao novo estilo, a chamada dança expressiva. Palucca, que tomava há anos aulas de balé clássico, para o qual os professores lhe atestavam "falta absoluta de talento", tornou-se aluna de Wigman.

Já em 1924 ela se apresentava em solos e impressionava com seu "jeito leve" de dançar, sua musicalidade e virtuosidade, sua arte de improvisação. Com a fundação de sua própria escola, em 1925, consolidou-se o mito, que ela própria cultivou durante sua longa vida. Dançarina brilhante, Gret Palucca era venerada pela geração de vanguardistas dos anos 20 e 30. Entre seus admiradores de então, encontram-se os nomes dos arquitetos Walter Gropius e Ludwig Mies van der Rohe, dos pintores Lyonel Feininger, Otto Dix, Paul Klee e Vassili Kandinski.

Não se sabe muito a respeito da vida particular de Margarethe Paluka, nascida em 8 de janeiro de 1902 em Munique, onde passou os seis primeiros anos de vida. A família emigrou então para a Califórnia, tendo retornado depois de um ano para a Alemanha, indo para Dresden. Os dados autobiográficos que Gret escreveu sobre essa época são avaliados como fantasiosos. E seu arquivo particular, que ela resguardou cuidadosamente enquanto viva, só poderá ser aberto dez anos após sua morte, ocorrida em 22 de março de 1993.

Alemanha Oriental

– A escola de Gret Palucca, fechada em 1939 pelos nazistas e reaberta após o fim da Guerra, foi estatizada já em 1949, assim que se criou a República Democrática Alemã. Começaram anos de um difícil relacionamento entre a artista e o sistema, que queria mantê-la por causa da fama e ao mesmo tempo via seu trabalho com desconfiança.

Sob o regime comunista, a escola passou a ensinar o balé clássico no estilo soviético. Palucca, altamente condecorada e premiada, conseguiu resgatar um pouco do espírito de liberdade que caracterizava a dança expressionista da década de 20 e transportá-lo para as salas de aula.

A dançarina despediu-se relativamente cedo do palco: em 1950, aos 48 anos. Atuou desde então como diretora da escola que fundara e como pedagoga, tendo formado gerações de dançarinos e coreógrafos. Seus cursos internacionais de verão, realizados a partir de 1957, atraíam interessados do mundo inteiro.

Elevada ao status de Escola Superior de Dança e Coreografia poucos meses após a morte de sua fundadora, sua entidade de ensino oferece hoje cursos de dança teatral, coreografia, pedagogia de balé e dança teatral, bem como classes para masters, reunindo 180 estudantes da Alemanha e do exterior. (lk)