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Governo reconhece emergência em MS por fogo no Pantanal

15 de setembro de 2020

Só neste ano, fogo destruiu cerca de 1,4 milhão de hectares de vegetação em Mato Grosso do Sul, que deve agora receber recursos da União. Polícia Federal suspeita de incêndios criminosos na área para abertura de pasto.

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Fogo em floresta, em cena noturna
Situação no Pantanal levou à decretação de estado de emergência por governos do estado de Mato Grosso do Sul e federalFoto: Reuters/A. Perobelli

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, reconheceu nesta segunda-feira (14/09) a situação de emergência em Mato Grosso do Sul devido ao agravamento dos incêndios florestais que atingem o Pantanal no estado.

O fogo já destruiu cerca de 1,4 milhão de hectares de vegetação no Mato Grosso do Sul em 2020, sendo o Pantanal o principal bioma ameaçado, segundo dados do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). A situação fez com que o próprio governo estadual decretasse situação de emergência ambiental no estado, também nesta segunda-feira.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, o reconhecimento da emergência pelo governo federal dá ao governo de Mato Grosso do Sul possibilidade de acesso a recursos da União para ações de socorro, assistência, restabelecimento de serviços essenciais à população e recuperação de infraestruturas públicas danificadas. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. O valor do repasse não foi anunciado.

Conforme o ministério, a definição da verba a ser liberada depende da elaboração de planos de trabalho, nos quais os órgãos que atuam no combate a incêndios estipulam os meios necessários para continuar a operação de combate aos incêndios.

Também nesta segunda-feira, a Polícia Federal disse suspeitar que o incêndio que destruiu mais de 25 mil hectares de áreas de preservação ambiental no Pantanal de Mato Grosso do Sul não foi acidental e que o fogo possivelmente foi utilizado para remover a vegetação natural visando tornar a área em pastagem para gado.

A declaração foi feita em meio a uma operação deflagrada para apurar a responsabilidade criminal pelas queimadas na região. Batizada de Matáá, a ação contou com 31 policiais federais, que auxiliaram no cumprimento de dez mandados de busca e apreensão nas cidades de Corumbá e Campo Grande.

O Pantanal enfrenta os maiores incêndios já registrados na região. Números divulgados no último fim de semana pelas autoridades locais afirmam que o fogo destruiu 2,34 milhões de hectares ao longo do ano, ou 15% da área do bioma, situado no sul de Mato Grosso, no noroeste de Mato Grosso do Sul, no norte do Paraguai e no leste da Bolívia.

Mais de 14 mil focos de incêndios foram detectados pelos bombeiros de janeiro a setembro deste ano, mais do que o triplo do mesmo período do ano passado, segundo dados do Inpe. O Pantanal vive uma situação incomum por causa da seca e sem as cheias provocadas pelos transbordamentos de rios, que são comuns nessa época do ano.

MD/ebc/ots