Governo da Venezuela confirma que Chávez não comparecerá à posse
9 de janeiro de 2013O governo venezuelano anunciou nesta terça-feira (08/01) que o presidente Hugo Chávez não poderá comparecer à posse para o quarto mandato, de 2013 a 2019, prevista para esta quinta-feira.
O vice-presidente, Nicolás Maduro, enviou uma carta à Assembleia Nacional comunicando que a recuperação do presidente se estenderá para além do dia 10 de janeiro, impedindo que Chávez se apresente na câmara legislativa para o juramento. Maduro acrescentou ainda que Chávez fará o seu juramento mais tarde, perante o Tribunal Supremo de Justiça, em data ainda indefinida.
A presença de Chávez na cerimônia desta quinta-feira foi cancelada devido às complicações pós-operatórias que ele enfrenta em Cuba, na sua luta contra um câncer, segundo informações do próprio governo venezuelano. A oposição pressiona por mais informações sobre a saúde de Chávez.
Na interpretação do governo, a cerimônia de posse é uma mera formalidade e pode ser realizada mais tarde. Além disso, há continuidade no governo, já que Chávez foi eleito pela quarta vez. "O presidente Chávez já está em pleno exercício do cargo", argumentou Maduro.
A oposição tem uma outra interpretação dos fatos. Diante da impossibilidade de Chávez assumir a presidência na data determinada pela Constituição, os oposicionistas exigem que uma junta médica decida se o presidente está em condições de seguir no comando do país ou se novas eleições devem ser convocadas.
A oposição exige que o Tribunal Supremo de Justiça, a mais alta corte do país, se pronuncie sobre a situação. "O tribunal deve definir uma posição", afirmou o líder oposicionista Henrique Capriles. Ele defende que seja decretada a ausência do presidente eleito e que o presidente da Assembleia Nacional assuma interinamente.
O anúncio da ausência de Chávez não parece ter modificado os planos para o ato da posse preparado para esta quinta-feira. Até o momento, o presidente do Uruguai, Jose Mujica, o líder boliviano, Evo Morales, e o ministro do Exterior equatoriano, Ricardo Patino, foram os únicos a confirmar presença. Diversas autoridades brasileiras asseguraram apoiar os planos do governo venezuelano de adiar a posse de Chávez.
LPF/rtr/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler