G-7 aventa perdão total das dívidas
5 de fevereiro de 2005Os ministros das Finanças do grupo dos sete maiores países industrializados abriram a perspectiva de perdoar integralmente a dívida externa dos países mais pobres e mais endividados. "Esta é a primeira vez que um documento do G-7 menciona o perdão de 100% das dívidas", ressaltou o ministro britânico da Fazenda, Gordon Brown.
Investigar de caso para caso
O comunicado conclusivo do encontro diz que os países do Grupo do Sete concordam em "investigar a situação dos países pobres e altamente endividados" e decidir de caso para caso um perdão integral das dívidas. O plano é perdoar até 100% a dívida de até 37 países. A decisão final deverá ser tomada no próximo encontro do G-8, a ser realizado em julho, na Escócia.
Após o encontro, o ministro alemão das Finanças, Hans Eichel, ressaltou a necessidade de investigar a urgência e a viabilidade deste plano. "Estamos todos abertos de coração, mas isso não é suficiente: o importante é garantir o financiamento".
EUA bloqueiam fundo de ajuda
A proposta britânica de criar um fundo de ajuda para os países mais pobres do mundo foi terminantemente rejeitada pelos EUA. Eichel mencionou a intenção de se criar um programa-piloto de distribuição de vacinas na África, a fim de testar como poderia funcionar a Internacional Financing Facility (IFF), proposta pela Grã-Bretanha. Para Eichel, a recusa americana pode significar uma boa chance de os europeus criarem sozinhos um sistema de financiamento do gênero.
Emergentes querem ampliar o grupo
Os principais países emergentes pediram que as nações ricas os aceitem como membros permanentes do grupo que engloba as economias mais importantes do mundo. O argumento é o crescente potencial econômico destes países.
A China, por exemplo, que teve um crescimento econômico de 9,5% no ano passado, é o segundo motor da economia mundial, segundo confirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2004, o Brasil, primeira economia latino-americana, teve um crescimento de 5,5%, a Índia cresceu aproximadamente 7% e a África do Sul quase 4%.
O ministro brasileiro das Finanças, Antonio Palocci, declarou em Londres que não tem dúvida de que é apenas uma questão de tempo a aceitação desses países no grupo das maiores economias do mundo.
Outra reivindicação dos países emergentes foi a de que as grandes nações industrializadas mantenham seu ritmo de crescimento no ano corrente, a fim de que esta tendência possa beneficiar os demais.