França recebe apoio internacional em ação militar no Mali
13 de janeiro de 2013Forças francesas usaram caças Rafale para atacar neste domingo (13/01) posições rebeldes na cidade de Gao, norte de Mali, considerada um dos principais focos de resistência. Entre os alvos estavam depósitos logísticos e áreas de treinamento de insurgentes, segundo afirmou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, por meio de um comunicado.
A intervenção militar da França contra insurgentes islâmicos no Mali, que entrou no terceiro dia, vem contando com crescente apoio internacional. O Reino Unido ofereceu ajuda logística ao governo de Paris. Por meio de um porta-voz, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou ao presidente francês, François Hollande, que poderia enviar dois grandes aviões de transporte para dar suporte às ações no país africano. Os dois líderes afirmaram ser necessário trabalhar em conjunto para impedir o estabelecimento uma nova área de recuo para o terrorismo.
O presidente da Comissão Europeia, Manuel Barroso, saudou a "ação corajosa das tropas francesas". Os Estados Unidos também manifestaram apoio. Um oficial do governo norte-americano confirmou que o Pentágono estaria avaliando maneiras de apoiar os franceses, seja na área de inteligência ou de logística.
O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, elogiou os avanços militares com o apoio das tropas francesas na luta contra os rebeldes em Mali. Ele negou, porém, que haja qualquer ação de soldados alemães na região. O ministro alemão de Defesa, Thomas de Maizière, também demonstrou apoio e classificou a intervenção da França como "consequente e correta".
Países ocidentais temem que grupos islâmicos usem Mali como uma base para ataques mirando o Ocidente, formando uma rede com militantes terroristas do Al Qaeda no Iêmen, na Somália e no norte da África.
Bandeiras francesas
Mais de 100 rebeldes morreram desde o início dos conflitos em Mali. Com o apoio dos militares franceses, o governo do país africano conseguiu recuperar a importante cidade de Konna das mãos dos insurgentes no sábado. Na capital, Bamaco, inúmeros moradores comemoraram o avanço das tropas com bandeiras da França nos carros.
Segundo o ministro francês Le Drian, com a chegada de 80 soldados, o contingente francês no país africano – colônia francesa até 1960 – soma até agora 550 homens distribuídos entre Bamaco e a cidade de Mopti, localizada a cerca de 500 quilômetros ao norte. Até segunda-feira, 3.300 soldados de países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental serão enviados para o combate.
François Hollande esclareceu que, com as ações militares, o objetivo do país é apoiar uma missão da África Ocidental para retomar o norte do continente, aprovada pelas Nações Unidas, a União Europeia e os Estados Unidos.
No sábado, o grupo insurgente Ansar Dine afirmou que a continuidade dos ataques coloca em risco a vida de cidadãos e reféns franceses em seu poder. Hollande recomendou aos 6 mil cidadãos franceses que vivem no Mali a deixarem o país. Ele também elevou o alerta na França.
MSB/rtr/dpa