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Francisco e líder ortodoxo vão visitar ilha grega de Lesbos

6 de abril de 2016

Visita de Francisco e Bartolomeu ocorre em dez dias, afirma governo grego. Desde início do pontificado, papa defende refugiados e pede que Europa acolha quem foge da pobreza e perseguição.

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Neste ano, papa lavou pés de refugiados na Quinta-feira Santa
Neste ano, papa lavou pés de refugiados na Quinta-feira SantaFoto: Reuters

O papa Francisco visitará refugiados na ilha grega de Lesbos juntamente com o líder da Igreja Ortodoxa, o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, anunciou nesta terça-feira (05/04) o governo da Grécia. A visita na qual o pontífice prestará solidariedade e apoio aos requerentes de asilo ocorrerá entre os dias 14 e 15 de abril.

"O governo grego dará boas-vindas ao papa Francisco e ao patriarca Bartolomeu como defensores valiosos e companheiros no esforço de oferecer um pouco de alívio aos refugiados", afirmou o governo grego, acrescentando que o primeiro-ministro Alexis Tsipras vai se unir a eles na ilha de Lesbos.

A ilha grega é umas principais portas de entrada de imigrantes na União Europeia (UE). Milhares de pessoas fizeram a travessia da Turquia para Lesbos no ano passado. O local foi também o primeiro ponto de partida para migrantes que estão sendo enviados de volta da Grécia para a Turquia.

A medida faz parte de um acordo assinado entre Ancara e Bruxelas que visa acabar com o fluxo migratório em direção ao bloco e prevê que todos os refugiados que chegarem à Grécia de forma ilegal a partir de 20 de março serão devolvidos para a Turquia, além daqueles que tiveram o pedido de asilo negado.

Migrantes são transferidos da Grécia para a Turquia

O Santo Sínodo da Igreja da Grécia disse que o papa expressou o desejo de, com a visita, "sensibilizar a comunidade internacional para a necessidade de um cessar-fogo imediato nos conflitos" do Oriente Médio e "chamar a atenção para o grande problema humanitário" dos refugiados.

Em comunicado, a Igreja Ortodoxa Grega disse que a visita de Francisco seria breve, "puramente humanitária e simbólica". Funcionários anônimos do Vaticano atestaram que as duas igrejas conversaram sobre a visita à ilha grega, mas disseram que ela ainda não tinha data para acontecer. O porta-voz do papa, Federico Lombardi, não confirmou nem negou a viagem.

O pontífice já defendeu migrantes e refugiados em diversos momentos e pediu que a Europa acolha as pessoas que fogem de perseguições e pobreza. Pouco depois do início do seu pontificado, Francisco escolheu a ilha italiana de Lampedusa como o local de sua primeira viagem como papa para chamar a atenção para a situação de migrantes e prestar homenagem para as milhares de pessoas que morreram tentando chegar à Europa pelo Mar Mediterrâneo.

CN/rtr/ap/afp/lusa