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Fome recua e atinge menos de 800 milhões

27 de maio de 2015

Mesmo com o crescimento da população mundial, número de desnutridos é pela primeira inferior a 800 milhões. FAO volta a elogiar Brasil como exemplo no combate à fome.

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Foto: picture-alliance/Godong

O número de famintos no mundo diminuiu para 795 milhões de pessoas, afirma relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado nesta quarta-feira (27/05) em Roma.

A despeito do intenso aumento populacional, a situação melhorou nos países em desenvolvimento, onde a taxa de desnutrição diminuiu para 12,9% da população, ante os 23,3% registrados há 25 anos.

Em relação ao ano passado, são menos 10 milhões de famintos, e menos 167 milhões do que há dez anos. No início da década de 1990, havia mais de 1 bilhão de pessoas passando fome no mundo.

De acordo com o relatório O estado da insegurança alimentar no mundo, a crise econômica travou o combate à fome, apesar da redução global do número de subnutridos. O relatório da ONU monitora 129 países.

Brasil e América Latina

Segundo a FAO, o Brasil foi um dos países que mais contribuíram para a redução da fome na América Latina. O país foi uma das 72 nações que conseguiram atingir o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade o número absoluto de pessoas desnutridas até 2015.

A quantidade de brasileiros desnutridos caiu para menos da metade dos 22,6 milhões de 1990-92, afirma o relatório, que não informa o número atual. A América Latina foi a região com melhor desempenho, tendo reduzido no mesmo período o número de subnutridos em 48%, de 66,1 milhões para 34,3 milhões.

Segundo o relatório, a taxa de subalimentação no Brasil é inferior a 5%, um resultado que se deve ao crescimento econômico do país e a uma maior participação das mulheres no mercado de trabalho.

A FAO diz que o aumento da taxa de mulheres empregadas, de 45% em 1990-94 para 60% em 2013, influencia a segurança alimentar, já que o rendimento feminino é mais frequentemente gasto em comida e nutrição, assim como em saúde, saneamento e educação.

Outro fator para a redução da fome foi o programa estatal Fome Zero, introduzido pelo governo e que chega a quase um quarto da população, diz a FAO.

A FAO é comandada pelo brasileiro José Graziano, que foi o responsável pela implementação do programa Fome Zero, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

CA/lusa/kna