Fischer encerra viagem à América do Sul com promessa de ajuda
9 de março de 2002A última estação da viagem de Joschka Fischer à América do Sul foi Buenos Aires, onde ele se reuniu na sexta-feira (08) com o seu colega de pasta Carlos Ruckauf. O principal assunto tratado foi a crise econômica argentina.
Ruckauf informou que o governo de Buenos Aires está prestes a lograr um consenso com os governos das províncias, a respeito da distribuição das arrecadações fiscais. Tal acordo foi uma condição estipulado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a concessão de novas ajudas financeiras à Argentina. Joschka Fischer deixou claro que a Alemanha está disposta a prestar ajuda ao governo argentino, a fim de tornar possível um breve saneamento das finanças públicas platinas.
O ministro alemão conclamou o governo de Buenos Aires a abrir caminho para a associação de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia. A questão deve ser abordada durante a conferência de cúpula dos países latino-americanos e europeus, que será realizada em Madri, no próximo mês de maio. As reivindicações sul-americanas de maior acesso ao mercado europeu de produtos agrários é, até agora, um dos maiores obstáculos nas negociações para a associação de livre comércio.
Direitos humanos
A questão dos direitos humanos foi abordada pelo ministro alemão das Relações Exteriores em todos os três países visitados. Em Buenos Aires, Fischer tratou da questão dos cerca de 40 cidadãos alemães desaparecidos na Argentina durante os anos da ditadura militar. Neste contexto, ele abordou também o pedido de extradição para a Alemanha dos militares argentinos responsáveis pela morte da alemã Elisabeth Käsemann, assassinada em 1977. O pedido de extradição foi feito por um tribunal alemão e até agora negado pelas autoridades argentinas.
Também no Peru e no Chile, Joschka Fischer tratou das questão dos direitos humanos. Um dos assuntos abordados em Santiago do Chile foi a chamada "Colonia Dignidad", uma seita composta por alemães aliados da ditadura chilena e que ajudou na perseguição de dissidentes políticos. Os governos alemão e chileno colaboram estreitamente para o esclarecimento de todos os crimes da seita e para a prisão do seu líder, Paul Schäfer, que se encontra foragido.