Unified Protector
21 de outubro de 2011Os embaixadores dos países da Otan reuniram-se nesta sexta-feira (21/10) no quartel-general da organização em Bruxelas, para deliberar sobre o término da operação Unified Protector. No entanto, a reunião resultou em discórdia.
Parte dos participantes considera "politicamente desaconselhável" encerrar a missão militar internacional na Líbia logo após a morte do ex-ditador Muammar Kadafi. Eles preferem esperar a declaração do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio sobre o futuro do país, a ser divulgada neste sábado. O CNT deverá declarar o país oficialmente liberto, dando fim a quase oito meses de guerra civil, cujo número de vítimas é calculado em mais de 30 mil.
"Grande dia"
Antes, o supremo comandante da aliança na Europa, general norte-americano James Stavridis, comunicara que aconselharia o fim da operação. O chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé, igualmente disse considerar "concluída" a Unified Protector.
Stavridis anunciou sua intenção de encerrar o mandato na Líbia através do portal de internet Facebook. "Um bom dia para a Otan. Um grande dia para o povo líbio", comentou.
A missão da Otan, que durou quase sete meses, incluiu 9.600 bombardeios aéreos contra as instalações das tropas governamentais. Segundo a resolução das Nações Unidas, sua finalidade era proteger a população civil do assédio pelas forças de Kadafi. Doze dos 28 Estados-membros da Aliança Atlântica participaram da operação, ao lado de quatro outros países.
Morte polêmica
Nesta sexta-feira, a Organização do Tratado do Atlântico Norte confirmou que seus aviões bombardearam o comboio armado de 11 veículos em que o ex-líder líbio tentava escapar do cerco a sua cidade natal, Sirte.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, criticou a manobra. Segundo ele, o comboio não representava perigo para os civis, e a missão da Otan era unicamente proteger a população. Por sua vez, a aliança assegurou que uma quantidade considerável de armas e munição estava sendo transportada, e afirmou ter ignorado que Kadafi se encontrasse num dos veículos.
A comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, exigiu que sejam investigadas as circunstâncias da morte de Kadafi.
Segundo o ministro da Informação do novo governo líbio, Mahmoud Shamam, ainda não está decidido quando e onde o ex-líder será enterrado. Como no caso de Saddam Hussein e Osama bin Laden, a intenção é impedir que a sepultura do protagonista de quatro décadas de ditadura se torne local de peregrinação.
AV/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque