Filarmônica do Elba, de eterna obra a símbolo de Hamburgo
Depois de quase uma década de construção e explosão nos custos do projeto, espaço para concertos foi inaugurado em janeiro de 2017. Local já é considerado um dos melhores do mundo em termos de acústica.
Novo símbolo de Hamburgo
A Filarmônica do Elba (Elbphilharmonie) combina um armazém histórico com uma arrojada estrutura de vidro que parece flutuar no ar. Ambos os elementos são ligados por 362 conjuntos de molas de aço. A sala de concertos é desacoplada do resto da construção, de modo que não se ouça ruídos da região portuária.
Finalmente pronto
Em 31 de outubro de 2016, após nove anos e meio em construção, a empresa Hochtief, responsável pela obra, entregou o prédio junto ao rio Elba oficialmente à prefeitura de Hamburgo. À noite, luzes foram acesas na fachada, formando a palavra "fertig" (pronto). O concerto inaugural foi realizado em 11 de janeiro de 2017.
Telhado ondulado
Um destaque arquitetônico do prédio é seu telhado em forma de ondas, em alusão à água e ao som. Hamburgo se orgulha muito de sua história musical: George Friederich Händel, ainda jovem, apresentou suas obras na ópera da cidade, e Johannes Brahms nasceu em Hamburgo.
A entrada
A 37 metros de altura da rua, entre a parte antiga e a nova, fica a Plaza da Elbphilharmonie, um terraço aberto em toda a volta, de onde se tem uma vista da cidade e da área portuária. Do terraço, se tem acesso às duas salas de concertos, a um restaurante, a um hotel com 250 quartos e aos 45 apartamentos de luxo.
Estrutura preservada
As obras foram iniciadas em 2007. Inicialmente foi saneada a estrutura inferior, um antigo armazém do porto feito com tijolos vermelhos, onde foram armazenadas toneladas de café e tabaco. A obra foi acompanhada por intermináveis erros de planejamento e de construção. Só no ano de 2011 foram computadas mais de 4 mil panes.
Explosão de gastos
A previsão inicial era de que as obras terminariam em 2010. Chegou-se a trabalhar no local 24 horas por dia. Mesmo assim, o prédio será inaugurado apenas sete anos mais tarde. O projeto, inicialmente orçado em 77 milhões de euros, custou, no final, 789 milhões de euros. A construção foi bancada pelo setor público.
Atração turística
Milhares de pessoas foram ver as obras. Houve anos em que o número de visitantes atingiu 30 mil pessoas. O diretor-geral da Filarmônica, Christoph Lieben-Seutter, tentou manter o bom humor com um ditado alemão: "Gut Ding will Weile haben" ("Boas coisas levam tempo").
Vista dos apartamentos
As ondulações do telhado se repetem em vários elementos do prédio, como nas amplas janelas de vidro dos 45 apartamentos de luxo, permitindo uma excelente vista da área portuária.
Arquitetos x empreiteira
Os suíços Pierre de Meuron (foto) e Jacques Herzog, que projetaram a obra, enfrentaram problemas de comunicação com a Hochtief, responsável pela execução das obras. A comissão de inquérito que investigou a explosão de custos da obra concluiu em 2014: "Falhas na concepção do projeto e o planejamento incompleto tornaram a Filarmônica um joguete nas mãos da Hochtief e do escritório de arquitetura."
Protesto dos moradores
A obra causou muitas dores de cabeça à administração de Hamburgo. Em 2010, moradores protestaram durante a festa da cumeeira. Quando os custos começaram a explodir, subiram as taxas dos jardins de infância e um museu municipal chegou a ser temporariamente fechado para conter custos. A Filarmônica do Elba acabou virando sinônimo de escândalo em construções.
Novo panorama da cidade
Apesar de todas as críticas, já durante as obras o prédio virou símbolo de Hamburgo. A Filarmônica do Elba se alinha a outros prédios culturais famosos, como a Ópera de Sydney, a Filarmônica de Berlim, o Lincoln Center em Nova York e o Walt Disney Hall em Los Angeles.
Excelente acústica
O som que chega ao público nas 2.150 poltronas agrupadas em forma de terraços é o mesmo em todos os lugares. O responsável pela acústica é o japonês Yasuhisa Toyota, considerada um dos melhores especialistas nesta área no mundo.
Hotel de luxo
O hotel localizado sobre a Filarmônica tem 244 quartos, dos quais 39 são suítes. Na foto, a vista de uma delas para a cidade.
Selo postal
O prédio virou motivo de um selo comemorativo, no valor de 145 centavos de euro. A imagem é do fotógrafo Thies Rätzke.
Livro conta a história da obra
Joachim Mischke e o fotógrafo Michael Zapf contam a história da controvertida obra e enfocam os bastidores da construção. O livro de quase 250 páginas escrito em alemão e em inglês foi lançado pela editora Edel.