Festa alemã em Hockenheim
31 de julho de 2003Michael Schumacher já venceu 68 grandes prêmios em seus quase 12 anos de carreira. Em Hockenheim, o piloto alemão venceu duas vezes (em 1995, com uma Benetton, e no ano passado), tendo subido ao pódio em cinco das dez corridas de Fórmula 1 que ali disputou – desde 1992, só não correu em 1999, por estar com a perna quebrada.
Um rendimento a priori invejável, mas não quando se compara com o desempenho de Schumi em autódromos no estrangeiro. Em três anos, ele nem sequer terminou o Grande Prêmio da Alemanha. O pentacampeão quer domingo exorcizar de vez o fantasma que bloqueia ter exatamente em casa o mesmo sucesso de em outros países.
Entre as razões para os seguidos insucessos no circuito localizado quase às margens do Rio Reno, Schumacher aponta o traçado antigo como "desvantajoso" para seu carro. Antes da primeira vitória do alemão com a Ferrari no Hockenheimring no ano passado, o autódromo passou por uma ampla modernização. "Espero que o nó tenha se desfeito. Gostaria de melhorar meu balanço", afirma o pentacampeão.
Desta vez, há concorrência
"Só que os demais pilotos também o desejam", acrescenta o alemão, prevendo uma corrida disputada, bem diferente da de 2002, quando largou já como campeão da temporada. De fato, o atual campeonato é o mais disputado dos últimos anos. Faltando cinco corridas, Schumi lidera com apenas sete pontos de vantagem sobre Kimi Raikkonen, da McLaren-Mercedes. Uma diferença nada segura. Vencer em Hockenheim deixaria o caçador de recordes bem próximo do hexacampeonato, um título inédito na história da Fórmula 1. E, para seu currículo particular, entraria como a 50ª vitória com a Ferrari.
O alemão não conta com o pinto no ovo da galinha. "Enquanto não estiver com o título na mão, terei dúvidas de que o conseguirei. Sou assim. Minha experiência diz que quem não faz autocrítica, não tem sucesso", professa o melhor piloto da F1 de todos os tempos.
Rivais alemães também querem festa em casa
Na concorrente BMW, que fornece os motores para a equipe Williams, o diretor de automobilismo Mario Theissen e o piloto Ralf Schumacher já jogaram a toalha. Para Theissen, a briga pelo mundial de pilotos está decidida a favor do pentacampeão. "A conquista do campeonato tornou-se uma idéia muito distante, mas quero vencer o grande prêmio em nosso país", diz Ralf, que após ter saído sem pontos de Silverstone viu suas esperanças de disputar o título se desmancharem.
Otimismo existe ainda na Mercedes, que também sonha com uma festa no GP nacional. A montadora, fornecedora da escuderia McLaren, está mais que satisfeita com a atual temporada. Apesar de o carro desenvolvido para este ano ainda não ter estreado, o finlandês Kimi Raikkonen já subiu sete vezes no pódio em 2003, mais do que qualquer outro piloto. Com Hockenheim a apenas 120 quilômetros de sua sede em Stuttgart, a Mercedes mais do que ninguém considera o GP da Alemanha o "seu" grande prêmio.
Hino brasileiro já tocou sete vezes
Enquanto os alemães torcem por fazer de Hockenheim palco de sua festa, as estatísticas mostram que ali dominam pilotos brasileiros e escuderias inglesas. Das 26 vezes em que o circo da F1 esteve no circuito, sete terminaram com a bandeira verde-amarela hasteada no ponto mais alto. Nélson Piquet venceu em 1981, 1986 e 1987, enquanto Ayrton Senna reinou de 1988 a 1990 e Rubens Barrichello festejou em 2000. Já os britânicos levaram o troféu de equipe 16 vezes; metade delas coube à McLaren.