Feira de Hannover destaca "indústria integrada"
8 de abril de 2013"Indústria integrada" – ou "indústria 4.0" – é o tema principal da Feira de Hannover deste ano, que vai até 12 de abril na capital do estado alemão da Baixa Saxônia. O modelo, que especialistas chegam a chamar de Quarta Revolução Industrial, contempla a interconexão plena dos processos de produção. Ou seja: as máquinas se comunicam com os componentes e vice-versa, e algumas células de uma máquina com o restante.
"Tomemos como exemplo determinadas células de produção, responsáveis pela produção de alguns componentes, que são adicionados a elas", explica Roland Bent, diretor da empresa de instalações industriais Phoenix Contact, do estado da Renânia do Norte-Vestfália. "Algumas vezes, a célula tem de esperar por novos componentes. E, nesse meio-tempo, é possível mantê-la num estado energético otimizado – por assim dizer, colocá-la para dormir."
No entanto, esclarece, o conjunto deve acordar rapidamente, quando os novos componentes chegarem para o processamento. "Justamente para isso – para um sono ideal e um acordar a tempo – funciona nosso controle de energia. Esta é uma parte muito importante do tema ‘indústria 4.0' ou 'indústria integrada'. Também aqui se encontram sistemas tecnológicos inteligentes, que estão respectivamente interconectados e se comunicam entre si", completa Bent.
Poupar energia
O resultado foi uma redução de 15% do consumo energético da linha de produção. A eficiência energética também está ligada à nova geração de motores hidráulicos, que a subsidiária alemã da empresa de máquinas industriais americana Parker Hannifin levou a Hannover. Um programa especial de computador agrupa, para cada tarefa, os componentes mais econômicos energeticamente, como bombas ou motores.
"Quanto mais velha for uma máquina, mais se pode economizar com uma substituição", diz Gerd Scheffel, diretor da Parker Alemanha. "Em relação às máquinas mais recentes, elas ainda economizam 30% de energia, frente às máquinas antigas, essa economia é de até 80%."
A melhoria da comunicação entre máquinas e peças tem vantagens adicionais. Assim, o fabricante de robôs industriais Kuka apresenta agora um modelo em série, que também deve proceder com sensibilidade no duro cotidiano industrial. Cada articulação é equipada com sensores e reage ao menor contato. Colocando-se, inesperadamente, um copo d'água em frente ao braço do robô, ele retarda seu movimento tão suavemente que nenhuma gota é derramada.
"Por meio de um detector de colisões, agora é possível que homens e máquinas trabalhem juntos", afirma Johannes Kurth, responsável na firma Kuka pelo setor de Desenvolvimento Estratégico. "Até agora foi necessário separar homens e máquinas através de cercas. Com esses robôs, no entanto, as pessoas podem trabalhar bem próximas."
Rússia como país-convidado
Pela primeira vez na Feira de Hannover mais da metade dos expositores não vêm da Alemanha, assim a feira tornou-se mais internacional. Neste ano, a Rússia é o país-convidado.
"Primeiramente, a Rússia é uma grande potência", disse o presidente da Deutsche Messe, Jochen Köckler, empresa que promove o evento. "Em segundo lugar, a Rússia exerce um papel importante no que diz respeito à mudança da matriz energética como, por exemplo, no fornecimento de gás natural. E, finalmente, a própria Rússia pretende expandir e modernizar a produção industrial, aprendendo também com as estruturas na Alemanha e construindo um setor de médio porte."
No ano passado, o país convidado foi a China. De lá vieram neste ano 734 empresas para Hannover. Os chineses compõem, de longe, o maior contingente de firmas estrangeiras, seguidos pela Itália (518), Turquia (228) e Rússia (176).