FBI consegue desbloquear iPhone sem ajuda da Apple
29 de março de 2016As autoridades americanas afirmaram nesta segunda-feira (28/03) que conseguiram desbloquear o iPhone de Syed Farook, um dos autores do massacre de San Bernardino, na Califórnia, e encerraram uma batalha judicial para que a Apple fosse obrigada a desbloquear o dispositivo.
"O FBI conseguiu acesso aos dados guardados no iPhone do terrorista de San Bernardino e, portanto, não necessita mais da ajuda da Apple", afirmou, em comunicado, o Departamento de Justiça.
A procuradora Eileen Decker acrescentou que o fim do litígio deveu-se exclusivamente ao fato de o FBI ter sido capaz de desbloquear o iPhone, sem comprometer qualquer informação, "com a assistência de uma terceira parte".
O anúncio encerra uma disputa sobre se o governo pode forçar uma das empresas mais valiosas do mundo a ir contra sua própria filosofia de proteção de dados em nome da segurança nacional, mas levanta dúvidas sobre a segurança dos dados de usuários do iPhone e se a técnica para desbloqueio poderá vir a ser novamente utilizada, afetando outros usuários do aparelho.
O governo americano não deu detalhes sobre como o FBI desbloqueou o telefone e também não identificou o "terceiro" que ajudou os agentes a obter acesso às informações.
Depois do anúncio, a Apple anunciou que continuará aprimorando a segurança de seus produtos.
Em fevereiro, um juiz ordenou que a Apple ajudasse as autoridades a terem acesso a informações do iPhone de Farook que, junto com sua mulher, assassinou 14 pessoas na periferia de Los Angeles em 2 de dezembro de 2015.
O presidente da Apple, Tim Cook, negou-se a colaborar, gerando uma batalha judicial e um debate nacional sobre o alcance do direito da privacidade e as necessidades de segurança nacional. Numa reviravolta inesperada, o FBI anunciou, em 21 de março, que "uma terceira parte" havia apresentado um possível modo para desbloquear o telefone.
MD/dpa/efe/rtr/ap