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Exposição

(mf/gh)15 de janeiro de 2007

Nazistas mantinham bordéis em campos de concentração para aumentar a produtividade dos prisioneiros submetidos a trabalhos forçados durante a Segunda Guerra Mundial.

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Em Ravensbrück funcionou um campo de concentração femininoFoto: picture-alliance/dpa

"Prostituição forçada nos campos de concentração nazistas" é o nome de uma exposição aberta ao público, desde o último domingo (14/01) até 30 de setembro, em Ravensbrück, cerca de 100 km ao norte de Berlim.

Segundo a Fundação dos Memoriais dos Estado de Brandemburgo, a mostra trata de um "fenômemo pouco conhecido" do regime comandado por Adolf Hitler. Cerca de 400 prisioneiras teriam sido usadas entre 1942 e 1945 pela SS nazista para "satisfazer" os desejos sexuais de presos em dez campos de concentração.

Os nazistas haviam montado todo um sistema de logística e contabilidade em torno dos bordéis. Uma "visita" custava dois Reichmark (marco imperial, que antecedeu o marco alemão). Para ter acesso aos bordéis, os prisioneiros precisavam de vales, que podiam ser adquiridos através de trabalhos forçados.

Segundo a diretora do Memorial de Ravensbrück, Insa Eschenbach, a intenção dos nazistas era aumentar a produtividade dos prisioneiros. "A SS era da opinião de que a institucionalização dos bordéis como parte de um sistema de prêmios seria um incentivo para os prisioneiros homens mostrarem ainda mais empenho no trabalho forçado", explicou.

"Calar foi estratégia de sobrevivência"

Mahn- und Gedenkstätte KZ Ravensbrück
Memorial de RavensbrückFoto: picture-alliance/dpa

Além disso, a SS supunha que assim conseguiria inibir o homossexualismo entre os prisioneiros. A mostra em Ravensbrück abrange 200 peças, entre elas documentos, desenhos, livros, documentários e entrevistas com sobreviventes do Holocausto.

"Praticamente, nenhuma das mulheres vítimas das graves violações físicas e morais mencionou seu trabalho nos bordéis depois de 1945. Envergonhadas, muitas delas sequer pediram indenização pelo tempo em que permaneceram presas", disse Katja Jedermann, diretora da exposição organizada pela Universidade das Artes de Berlim.

Segundo Jedermann, a mostra não chama atenção por peças isoladas. "É preciso visitá-la com bastante tempo, até para compreender as lacunas que ainda existem na pesquisa sobre o assunto. Isso não se deve só ao fato de se tratar de um tabu. Para as vítimas da prostituição forçada, calar também foi uma estratégia de sobrevivência", disse.

Cerca de 132 mil mulheres e crianças, 20 mil homens e mil meninas adolescentes estiveram presos em Ravensbrück e no campo de concentração para jovens de Uckermark entre 1939 e 1945.