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Ex-capitão alemão é condenado por espionar para Rússia

27 de maio de 2024

Thomas H. alegou querer garantir junto a Moscou a segurança de sua família, caso a guerra na Ucrânia resultasse numa escalada nuclear. Supondo fatores psíquicos, o tribunal o sentenciou a três anos de prisão.

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Tribunal alemão julga processo por espionagem
"É a maior besteira que já fiz na minha vida", admitiu ex-capitão de 54 anos sentenciado por espionagemFoto: Oliver Berg/dpa/picture alliance

Um ex-oficial militar alemão foi sentenciado nesta segunda-feira (27/05) a três anos de prisão por espionagem. Segundo o gabinete do procurador-geral federal, ele "transmitiu informações que obtivera no curso de suas atividades profissionais, para serem repassadas ao serviço secreto russo":

Na abertura do processo no Tribunal Superior Regional de Düsseldorf, em abril, o réu, ex-capitão Thomas H., de 54 anos, admitiu que as acusações contra ele procediam, "de um modo geral", comentando: "Eu estava errado, e assumo."

Ele ocupava um cargo de diretoria no Departamento de Armamento, Tecnologia Informática e Aplicação da Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha), em Koblenz, no sudoeste do país. Nessa cidade foi preso, em agosto de 2023, por ter oferecido informações militares nas representações diplomáticas russas.

Os promotores acusaram Thomas H. de fotografar antigos documentos sobre sistemas de munição e tecnologia aérea, e, em maio de 2023, depositar o material na caixa de correios do consulado geral da Rússia em Bonn. Além disso, teria abordado a embaixada em Berlim com o fim de vazar as informações.

"Motivação absurda"

Thomas H. justificou os atos, dizendo-se preocupado com uma possível escalada da guerra russa na Ucrânia, sobretudo com a eventualidade de a Alemanha suprir armas pesadas para Kiev e, deste modo, envolver-se no conflito.

Por isso teria tido a "ideia estúpida" de passar dados para os russos, na esperança de assim receber alerta precoce sobre uma potencial escalada nuclear, assegurando assim a segurança da própria família.

Em seu veredito, o tribunal classificou a versão como "motivação absurda", dizendo incapaz de "esclarecer totalmente" as razões exatas do ato. A corte supôs que problemas psíquicos e familiares estiveram envolvidos, pois o réu teria apresentado sintomas relacionados a uma síndrome de burnout, entre outros.

"É a maior besteira que eu já fiz na minha vida", afirmou o ex-capitão numa declaração final. A sentença é passível de revisão.

av (AFP,DPA)