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Cidades & Roteiros

Agências (rw)1 de março de 2008

Uma das obras mais caras do pós-guerra alemão foi o bunker construído em Marienthal, no oeste do país, previsto para abrigar cerca de 3 mil pessoas da vida pública alemã em caso de emergência durante a Guerra Fria.

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Placa na entrada do Centro de Documentação Bunker do GovernoFoto: DW

O Centro de Documentação Bunker do Governo em Bad Neuenahr-Ahrweiler (estado da Renânia Palatinado) foi inaugurado no dia 28 de fevereiro de 2008 e está aberto à visitação pública a partir deste 1º de março. Trata-se do primeiro museu e centro de documentação dos tempos da Guerra Fria localizado em sua área original na Alemanha.

Deutschland Marienthal im Ahrtal Regierungsbunker als Museum Kanzler-Wohnzimmer
'Sala de estar' do chefe de governo no abrigo subterrâneo de AhrtalFoto: AP

Considerado a obra mais cara do pós-guerra alemão (seus custos são estimados em 4,78 bilhões de marcos alemães – cerca de 2 bilhões de euros), ele foi desativado há 11 anos. No caso de uma catástrofe, o abrigo subterrâneo podia oferecer proteção a 3 mil pessoas da vida pública da Alemanha, durante um mês inteiro.

Deutschland Marienthal im Ahrtal Regierungsbunker als Museum
Máscaras e equipamentos de descontaminaçãoFoto: AP

A partir deste sábado, são oferecidas visitas guiadas num túnel preservado, de 200 metros de comprimento. A exposição permanente ocupa uma área de 5.400 metros quadrados.

Estão expostas, por exemplo, máscaras de proteção e câmaras de descontaminação, os centros de controle, e as acomodações para os que ali buscassem refúgio, como o chefe de governo. Em suma, o visitante tem um quadro autêntico de como se imaginava a vida num abrigo subterrâneo em caso de uma catástrofe.

Top secret durante Guerra Fria

Deutschland Marienthal im Ahrtal Regierungsbunker als Museum
Dos 17km do abrigo, foram preservados os aposentos ao longo de um corredor de 200mFoto: AP

O aspecto controverso do projeto não é o fato de ele ter sido construído para salvar as vidas de um seleto grupo de pessoas, conta o jornalista Jörg Diester, escritor e diretor do museu. Após analisar mais de 25 mil páginas de documentos para escrever um livro sobre o bunker, Diester considera um escândalo que, apesar de seus altos custos, o empreendimento altamente secreto nos tempos da Guerra Fria haja apresentado problemas desde o início das obras.

Já nos primeiros anos da década de 1960 o bunker não estava mais em condições de cumprir sua meta inicial, que seria garantir o trabalho do governo durante um mês, numa situação de emergência. Quem o planejou simplesmente não levou em consideração a rápida evolução tecnológica das armas nucleares, explica Diester.

Túneis do tempo da Primeira Guerra

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Cama reservada ao chefe de governoFoto: DW

O abrigo foi construído entre 1961 e 1972 num sistema de túneis de 17,3 quilômetros de comprimento, já existentes desde o final da Primeira Guerra Mundial.

Eles faziam parte do sistema ferroviário entre a região do Ruhr e Lothringen. Durante a Segunda Guerra, parte dos túneis foi usada para a montagem dos foguetes V2.

Cerca de 200 pessoas trabalhavam para a constante atualização das instalações. Elas eram responsáveis para deixar o local em condições de ser ocupado em qualquer momento. A transformação da área em museu e centro de documentação começou em 2001, sendo encerrada em 2006.