Europa teme fragilidade do dólar
8 de fevereiro de 2004Políticos e economistas europeus foram ao encontro do G-7 em Boca Raton, na Flórida (EUA), com o alerta na pasta: a subida ininterrupta do euro tem que ser freada e a desvalorização do dólar estancada o mais rápido possível. "Uma volatilidade excessiva e movimentos desordenados no câmbio são indesejáveis para o crescimento econômico", dita o documento final divulgado pelo G-7 após o encontro.
As taxas de câmbio, segundo os especialistas, precisam espelhar com mais fidelidade os índices econômicos. "Não há necessidade de explicar mais nada. O fato de estarmos todos de acordo já é de grande valia e os mercados financeiros irão perceber isso", acredita o Ministro alemão das Finanças, Hans Eichel.
UE: efeitos negativos para exportações
Receosos de que uma desvalorização excessiva do dólar e, em conseqüência, uma subida desenfreada do euro nas taxas de câmbio possa prejudicar as exportações da UE, os europeus fizeram escancarada pressão durante o encontro do G-7. O Banco Central Europeu já havia manifestado seu descontentamento com a supervalorização do euro, tendo conseguido frear em termos o vôo cambial da moeda, impedindo que esta ultrapassasse U$1,29.
Os motivos para tamanha instabilidade cambial, observada nos últimos meses, é visto tanto pelos representantes norte-americanos quanto pelos europeus como conseqüência dos déficits de crescimento.
Reformas estruturais
Na Europa, segundo Eichel, as esperanças estão depositadas nas reformas estruturais. "A Agenda 2010 (programa de reformas do governo) tem exercido um papel importante e positivo", acredita o ministro.
Até que os reflexos dessas mudanças venham mesmo a ser sentidos na economia mundial, continuam as incertezas: "Continuamos observando de perto os mercados de câmbio e cooperando com estes de forma adequada". O euro sofreu uma valorização de 40% em relação ao dólar nos últimos dois anos.