Europa critica alternativa de Bush ao Protocolo de Kyoto
15 de fevereiro de 2002Em março de 2001, Bush rompera com o Protocolo de Kyoto, alegando que sua implementação apenas eliminaria postos de trabalho em seu país. Segundo aquele acordo internacional, as principais nações industrializadas se comprometem, até 2012, a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa em 5,2%, com base nos níveis de 1990.
A atual alternativa de Washington atrela as medidas para combater o aquecimento global ao crescimento da economia nacional. Para cumprirem sua parte, as empresas norte-americanas receberiam incentivos fiscais num total de até US$ 4,5 bilhões, e medidas auto-restritivas seriam encorajadas.
Contudo não está previsto qualquer tipo de regulamentação rigorosa para a emissão do dióxido de carbono. O sistema proposto por Bush é considerado falho mesmo dentro de seu país.
Desapontamento e reticência
O ministro alemão do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, revelou-se decepcionado com a proposta, classificando-a como um retrocesso. A política de só levar em consideração o meio ambiente caso a economia prospere é precisamente o contrário de Kyoto, cujas deliberações são prioritárias.
Do ponto de vista da Alemanha, as metas de Bush não são ambiciosas o suficiente, enfatizou Trittin. O programa é tão vago e aberto que não é de se esperar qualquer redução significativa das emissões dos Estados Unidos, as mais elevadas do mundo. Na melhor das hipóteses, se conseguirá, através deste programa, apenas frear a escalada das nocivas emissões.
Segundo Trittin, o exemplo norte-americano prova que uma diminuição dos gases responsáveis pelas alterações climáticas só é viável através de um sistema baseado no direito internacional. Por isso, é urgente colocar em prática o Protocolo de Kyoto. De resto, continua aberta, para os EUA, a porta de retorno ao acordo, concluiu o ministro alemão. Seu colega de pasta britânico, Michael Meacher, também criticou a posição norte-americana.
Pelo menos Washington compreendeu a necessidade de ação no sentido de proteger o clima do planeta, comentou, com muita diplomacia, um porta-voz da União Européia em Bruxelas.