Eurogrupo põe em xeque "confiança" no governo grego
11 de julho de 2015Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro expressaram neste sábado (11/07) ceticismo quanto a promessa da Grécia de implementar medidas de austeridade em troca de um novo programa de resgate econômico.
"Uma situação, que até o final do ano passado ainda induzia a uma certa esperança, foi destruída de uma forma inimaginável nos últimos meses", afirmou o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que participa de reunião com os demais representantes do Eurogrupo, em Bruxelas. Ele classificou as negociações como "extraordinariamente difíceis."
O chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, declarou que a principal questão em jogo é a confiança. "Podemos confiar que o governo grego vai cumprir o que está prometendo para as próximas semanas, meses e anos?", questionou. A mais recente lista de reformas havia sido apresentada por Atenas na quinta-feira, gerando reações positivas.
O secretário de Estado das Finanças holandês, Eric Wiebes, afirmou que a Europa tem "sérias preocupações" sobre o comprometimento do governo grego, e ressalta que a população do país rejeitou em referendo as medidas de austeridade impostas pelos credores da dívida grega.
De acordo com representantes do Eurogrupo, uma forma de a Grécia retomar a confiança dos financiadores da dívida é a aprovação pelo parlamento de um ato legislativo que obrigue o governo a implementar as reformas.
Na madrugada deste sábado, os parlamentares aprovaram por 251 votos a favor e 32 contra uma medida que dá plenos poderes ao primeiro-ministro Alexis Tsipras para negociar com os credores internacionais.
A Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estudam liberar um terceiro programa de resgaste no valor de 74 bilhões de euros. Líderes dos 28 países-membros da União Europeia irão se reunir em caráter emergencial neste domingo para tentar encontrar uma solução para o impasse.
Documento
Segundo a versão online do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, um documento do Ministério das Finanças da Alemanha propõe duas saídas para a crise grega.
A primeira é a transferência de bens no valor de 50 bilhões de euros a um fundo fiduciário, o que serviria de garantia ao pagamento de novos créditos. E a segunda é a saída temporária da Grécia da zona do euro por um período de cinco anos para a reestruturação da dívida.
KG/dpa/afp