Euro torna-se moeda oficial de Kosovo e Montenegro
3 de janeiro de 2002O euro está substituindo o marco alemão como moeda oficial ou de referência para os diversos países dos Bálcãs. A entrada em circulação da moeda única européia reativou também as contas poupanças, pois a população foi obrigada a depositar em bancos as economias feitas em marcos e mantidas fora de circulação.
Na província iugoslava de Kosovo, que se encontra sob administração das Nações Unidas, o euro foi adotado oficialmente em 1º de janeiro, substituindo o marco que tornara-se moeda oficial há dois anos e meio. Diante dos bancos formavam-se imensas filas, ainda nesta quinta-feira, para se trocar dinheiro. Até agora já foram depositados 936 milhões de marcos para conversão em euros.
Na república iugoslava de Montenegro, onde o governo introduziu o marco como moeda oficial desde 1999 a fim de se distanciar do governo de Belgrado, a troca de marcos por euros continuou nesta quinta-feira. Mais de 50 milhões de marcos foram depositados em contas nas últimas semanas. O marco continuará circulando até 31 de março e a partir de 1º de abril o euro será a única moeda oficial de Montenegro.
Dinheiro de emigrantes e turistas
Na Croácia, onde a kuna é a moeda oficial, o valor dos depósitos já atingiu 2,5 bilhões de marcos. Em todo o território da ex-Iugoslávia há elevadas somas de marcos alemães guardados fora dos bancos. São sobretudo economias trazidas por emigrantes iugoslavos na Europa e dinheiro deixado por turistas estrangeiros durante sua visita à Iugoslávia.
"Estimamos que as pessoas tenha entre 5 e 6 bilhões de marcos debaixo dos colchões", afirmou um representante do Banco Zagrebacka. Na Sérvia devem ser 5 bilhões de marcos, em Kosovo 2 milhões de marcos, na Bósnia-Herzegovia 2 milhões de marcos e em Montenegro e na Macedônia o valor das economias deve chegar a um bilhão de marcos em cada país.
Bancos europeus
Prevendo a necessidade de conversão da moeda, vários bancos da Europa Ocidental trataram de instalar filiais na Iugoslávia. "Acreditamos que as pessoas não vão fechar suas contas depois de trocar o dinheiro", afirmou Christoph Greussing, gerente do banco alemão HypoVereinsbank na Iugoslávia. "Acho que os clientes irão voltar quando se derem conta que o dinheiro está mais seguro no banco que em casa", afirmou Greussing, refletindo a expectativa de todo o setor bancário.