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Euro causa menos inflação que marco alemão

Roselaine Wandscheer28 de julho de 2004

Pesquisa prova que inflação alemã desde introdução do euro é menor que a dos 2,5 anos antes da moeda comum. Embora a realidade nos supermercados pareça outra, há produtos até mais baratos que nos tempos do marco.

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Consumidor tem a impressão de que a vida ficou mais cara com o euroFoto: AP

O Departamento Federal de Estatísticas divulgou nesta terça-feira (27/07) um estudo difícil de ser compreendido pelo consumidor. Desde a introdução do euro, em 1º janeiro de 2002, até meados de 2004, o custo de vida na Alemanha aumentou 3,3%. Já nos últimos 2,5 anos do marco alemão, a inflação alemã havia atingido 4,3%.

"A impressão generalizada de que o euro encareceu drasticamente o custo de vida não pode ser confirmada", assinalou o relatório dos estatísticos. Parecendo contra-senso, os números revelam que produtos alimentícios e bebidas não alcoólicas ficaram apenas 1,1% mais caros em relação ao final de 2001. Mas, nos dois anos e meio antes da introdução do euro, eles haviam encarecido 3%. Os psicólogos justificam a impressão dos consumidores alegando que as pessoas só têm presente os aumentos substanciais, mas esquecem-se de que a maioria dos produtos manteve o mesmo preço.

Confrontado com as constatações diárias de que mudou apenas o símbolo diante do preço — tem-se a impressão de que os números ficaram os mesmos —, o consumidor se questiona se os preços não aumentaram pouco antes da chegada do euro, invalidando em parte esta pesquisa. Esta teoria pode ser comprovada com o exemplo da carne.

Alguns produtos diminuíram de preço

Fleisch- und Wurstabteilung in einem Supermarkt
Carne e derivados tinham encarecido com BSE e febre aftosa, mas preço voltou a baixarFoto: Bilderbox

Carnes, laticínios e ovos até ficaram mais baratos. As carnes e seus derivados, por exemplo, estão 2,9% mais baratos desde dezembro de 2001. Por outro lado, os autores do estudo advertem que seu preço havia aumentado em 9,2% pouco antes da introdução do euro, devido às crises com a síndrome da vaca louca (BSE) e da febre aftosa.

Os principais aumentos registrados desde o início de 2002 foram de preços de produtos à base de tabaco, que encareceram 29,2% (6,7% no período anterior) por questões de tributação, e dos produtos para a saúde (20%), cuja alta foi motivada pelas reformas no sistema alemão de saúde.

No setor de prestação de serviços, verificaram-se aumentos mais significativos, seja na lavagem do carro (de 3,9% para 6,4%), seja no preço do ingresso nos estádios de futebol (7,2% para 14,9%). Quanto ao preço de um pernoite em hotel, com café da manhã, esta relação é de 2,8% de aumento no final dos tempos do marco para 5,6% desde a introdução do euro. O que subiu menos foi o preço do ingresso do cinema (de 5,5% para 4,6%).

Honig
Mel, um dos produtos que mais subiu com o euroFoto: AP

Nos primeiros meses de circulação do euro, houve produtos cujo preço chegou a subir 98%, caso da alface, por causa de uma onda de frio incomum no sul da Europa, importante centro produtor de hortifrutigranjeiros para o mercado alemão. Até meados de 2002, entretanto, os preços voltaram a se estabilizar, segundo o Departamento Federal de Estatísticas. Hoje em dia, lacticínios e ovos são 1,9% mais baratos que nos tempos do marco. Em compensação, o mel subiu 31,5% e a barra de chocolate, 12%.