Lazer
6 de maio de 2009Em média, os alemães dispõem de 6 horas e 34 minutos por dia para atividades de lazer e passam bem menos tempo frente à televisão ou ouvindo rádio do que os cidadãos de outros países-membros da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Em termos de tempo livre, os alemães só perdem para os belgas, que têm cinco minutos a mais. Esse foi um dos resultados do estudo "Panorama da Sociedade", divulgado nesta segunda-feira (04/05), em Paris.
Um capítulo especial do levantamento da OCDE se dedica ao uso que a população de 18 países da OCDE faz de seu tempo livre. Foi a primeira análise desse tipo feita entre os países da organização. Para a pesquisa, foram consultadas pessoas com mais de 15 anos de idade de todos os segmentos da sociedade, inclusive estudantes e aposentados.
Menos tempo de lazer, mais televisão e rádio
No cálculo do tempo livre de um dia médio, foram excluídos o tempo de trabalho remunerado, não-remunerado e formação educacional, além de valores padronizados para as horas de sono, refeições, cuidados corporais e trabalhos domésticos.
O estudo constatou que, em média, a população dos países da OCDE dispõe de 5 horas e 47 minutos diários para o lazer. Enquanto os belgas, alemães e noruegueses são os que mais têm tempo livre, australianos, japoneses e mexicanos são os que têm menos lazer.
A utilização desse tempo, no entanto, é bastante diversificada. Em média, os alemães dedicam 28% do seu tempo livre à televisão ou ao rádio. A média dos países pesquisados é de 36%. Apesar do tempo de lazer relativamente reduzido de que dispõem, são justamente mexicanos (48%), japoneses (47%) e norte-americanos (44%) os que passam mais tempo em frente à televisão ou ouvindo rádio.
O estudo também revelou que os espanhóis são os que mais se dedicam a atividades esportivas regulares (13%). Nesse aspecto, os alemães também apresentaram uma média alta.
Franceses dorminhocos, italianas trabalhadoras
Considerando as diferentes faixas etárias da população, nota-se que, entre a população economicamente ativa da Alemanha (25 a 64 anos), os mais velhos possuem relativamente bastante tempo de lazer. Segundo a pesquisa, isso se deve, principalmente, à longa duração das férias e à aposentadoria antecipada na Alemanha.
Diferentemente da maioria dos países, o estudo constatou que homens e mulheres alemãs possuem quase a mesma quantidade de tempo de lazer. Noruega e Suécia revelaram-se as sociedades mais igualitárias quanto à divisão do lazer entre os gêneros. Já na Itália e no México, a situação é bastante diferente. Nesses países, os homens possuem, em média, 80 minutos a mais de tempo livre do que as mulheres.
Os franceses, por sua vez, são os que mais dormem entre os países pesquisados. Em média, um francês passa 8 horas e 50 minutos de seu dia dormindo, já os alemães, 40 minutos a menos. Coreanos e japoneses são os que menos passam tempo na cama: sete horas bastam. A França também foi o país com maior proporção de tempo livre gasto com refeições: a média diária de um francês à mesa é de 2 horas e 15 minutos – mais do que o dobro de mexicanos e canadenses. Na Alemanha, essa média é de uma hora e 45 minutos.
Lazer, alegria de viver e renda per capita
Para a diretora do departamento de política social da OCDE, Monika Queisser, o lazer é importante não só para o descanso, mas também preenche outras funções na sociedade, pois é no tempo livre que se formam redes sociais e se fortalece a coesão da comunidade. Segundo a OCDE, a pesquisa mostrou que o tempo dedicado ao lazer é proporcional a uma maior alegria de viver e também a uma maior renda per capita.
A OCDE também comparou outros aspectos das diversas sociedades, como taxa de divórcio, estatura, obesidade, mortalidade infantil, índice de ocupação profissional, desigualdade de rendimento, entre outros.
O estudo dá uma visão geral das tendências sociais e políticas de desenvolvimento nos países da OCDE, usando indicadores da organização e outras fontes. Segundo a organização, o objetivo da pesquisa é ajudar pessoas a observar como sua sociedade vem mudando, em comparação com outros países.
CA/dpa/reuters
Revisão: Simone Lopes