Espanha estreia contra Uruguai, e torcida já projeta final com Brasil
15 de junho de 2013Quando entrarem em campo neste domingo (16/06), no Recife, Uruguai e Espanha estarão em busca não só de uma boa estreia na Copa das Confederações, mas também do único grande título que ainda não possuem. Para os espanhóis, a conquista seria mais uma do grupo de jogadores mais brilhante de sua história. E, para a uruguaios, uma coroação a uma das gerações mais fortes e mais queridas pela torcida.
Em campo na Arena Pernambuco, estarão 15 títulos de Copa América; três de Eurocopa; três olímpicos (dois uruguaios e um espanhol); e três mundias (dois do Uruguai e um da Espanha). Do outro lado do oceano, os espanhóis já se mostram ansiosos: canais de televisão fazem contagem regressiva para o evento e, ao mesmo tempo, não escondem o desejo de ver uma final contra o Brasil
"Em uma final, a Espanha ganharia. Seria complicado jogar contra o Brasil, que é uma boa seleção. A torcida será uma grande dificuldade. Jogar em outro estádio, fora de casa, e com o público torcendo contra, é sempre mais complicado", conta o vendedor Miguel Angel Gómez.
O jogo deste domingo é o mais complicado para os espanhóis. Do outro lado, estará uma seleção cambaleante desde o terceiro lugar da Copa do Mundo, em 2010, e o título da Copa América, em 2011, porém com nomes de reconhecido talento. Confirmados no ataque, Luis Suárez, do Liverpool, e Edinson Cavani, do Napoli, são a grande arma celeste.
"A equipe mais difícil na primeira fase do torneio será certamente o Uruguai", diz o estudante Sebastián Grimalt, que também torce por uma final entre os europeus e a seleção canarinho. "Pelo fato de o Brasil ser a equipe anfitriã, a melhor coisa será ver a final entre a Espanha e a seleção brasileira. Creio que a pressão [da torcida] não será problema".
Dúvidas nas escalações
Invicto há 22 jogos, o técnico Vicente Del Bosque mantém pouco mistério quanto ao time titular, cuja base é formada por jogadores de Real Madrid e Barcelona – dos 23 convocados para o torneio, nove jogam no time catalão e quatro no da capital espanhola.
Com meio-campo e zagas definidos, as dúvidas estão no gol – entre Victor Valdés ou Ilker Casillas – e no ataque. Del Bosque ainda não anunciou se jogará com um centroavante clássico, como Fernando Torres ou Soldado, ou com um "falso camisa 9", como Cesc Fábregas.
"Casillas é, para mim, a estrela do time. Ele jogou bem contra a Irlanda", diz o comerciante Julian Mora Ruiz, em referência à vitória espanhola por 2 a 0. "Tenho a expectativa de ver a final entre Brasil e Espanha, que, na minha opinião, deveria ter sido a final que não aconteceu na Copa da África do Sul".
Do lado uruguaio, o técnico Óscar Tabárez tem definidos oito titulares, e suas dúvidas são todas no meio-campo – garantido está apenas o volante Diego Pérez. Nem o meia-atacante do Internacional Diego Forlán, melhor jogador da última Copa, tem vaga garantida.
"Sabemos que a Espanha, atualmente, é uma equipe superior à uruguaia, como mostram os últimos títulos", disse Tabárez, em entrevista coletiva antes do jogo. "Mas futebol é um esporte coletivo, que dá mais chances ao mais fraco diante do mais poderoso."
Parecidos nas dúvidas e iguais no objetivo, Uruguai e Espanha compartilharam também as mesmas dificuldades nos últimos dias. Entre quarta-feira, quando chegaram a Pernambuco, e a véspera do jogo, as seleções enfrentaram uma série de transtornos. Em parte por causa da chuva e em parte por problemas de infraestrutura, ambas diveram problemas com transporte e, sobretudo, com campos de treinamentos adequados para treinar.
Prováveis escalações
Espanha: Ilker Casillas (Victor Valdés); Álvaro Arbeloa, Sérgio Ramos, Gerard Piqué e Jordi Alba. Sergio Busquets, Xavi Hernández e Andrés Iniesta; Juan Mata; Pedro Rodríguez e David Villa. Técnico: Vicente del Bosque.
Uruguai: Fernando Muslera; Maximiliano Pereira, Diego Lugano, Diego Godín, Martín Cáceres; Gastón Ramírez, Walter Gargano, Diego Pérez, Cristian Rodríguez (Diego Forlán); Luis Suárez e Edinson Cavani. Técnico: Óscar Tabárez.
Local
Arena de Pernambuco
Árbitro
Yuichi Nishimura (Japão), auxiliado por seus compatriotas Toru Sagara e Toshiyuki Nagi
Destaques
Espanha
Andrés Iniesta: Autor do gol do título mundial em 2010, o meia é intocável no time de Del Bosque. Ele rege, junto a Xavi, o meio-campo do Barcelona e da seleção espanhola. Além disso, é tido como talismã: Iniesta ficou de fora da Copa das Confederações de 2009, único troféu que os espanhóis não ganharam desde 2008.
Uruguai
Luis Suárez: Artilheiro do Uruguai nas Eliminatórias, o atacante do Liverpool comanda, ao lado de Cavani, o setor ofensivo celeste. Ele vem sendo sondado pelo Real Madrid e não esconde o desejo de defender o time espanhol.
Retrospecto
Em nove confrontos, foram quatro vitórias da Espanha e cinco empates.
Último confronto
A última partida foi em 6 de fevereiro deste ano, em Doha. Os espanhóis venceram por 3 a 1.
Curiosidade
O elenco uruguaio tem uma série de jogadores que atuam ou já atuaram no futebol brasileiro. São eles Forlán (Internacional); Lodeiro (Botafogo); Lugano (Ex-São Paulo); Arévalo Ríos (ex-Botafogo) e Juan Castillo (ex-Botafogo).