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Espanha desaponta na presidência da UE

Gerda Meuer / tj28 de junho de 2002

Finalizando sua terceira gestão desde 1986, a Espanha entrega a presidência da União Européia à Dinamarca. Seis meses de muitas grandes espectativas e poucos resultados.

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Primer espanhol José Maria Aznar frustrou na presidência da UEFoto: AP

Pouco restou das enormes ambições da Espanha na presidência rotativa do Conselho da União Européia. Por exemplo: o combate ao terrorismo ocupava o primeiro lugar na agenda do premier espanhol, José Maria Aznar, em especial devido aos problemas de seu país com o grupo separatista basco ETA, mas, na prática, nada foi feito. Da mesma forma, Aznar fracassou no tocante à liberalização do mercado de trabalho, também um de suas prioridades: não houve qualquer progresso para um consenso com os outros dirigentes europeus.

As tentativas de seu aliado, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, de modernizar a legislação trabalhista, terminaram em greves em massa. E na cúpula da UE, em Sevilha, uma semana antes do fim da gestão espanhola, Aznar teve que aceitar o acinte de uma greve geral, convocada pelos sindicatos espanhóis pouco antes da chegada dos altos convidados.

No meio tempo, outros governos da UE procuraram soluções nacionais para os problemas do mercado de trabalho, a exemplo das sugestões apresentadas pela comissão na Alemanha, presidida por Peter Hartz. Portanto, poucos pontos em comum na Europa dos 15 países-membros. O fiasco da presidência espanhola da UE foi mais gritante do que nunca no tocante à integração européia e à expansão da comunidade com a filiação de países do leste.

É preciso admitir que o mandato de Aznar coincidiu precisamente com os capítulos mais difíceis da política estrutural e agrária da UE. Atualmente, o pomo da discórdia são as subvenções diretas para os agricultores, pois os antigos membros da UE não querem ver suas contribuições simplesmente transferidas para os novos afiliados. A política agrária de Bruxelas, em si, é um assunto problemático: a compulsão subvencionista consome, ano após ano, cerca da metade do orçamento europeu.

Ninguém sabe dizer como a Dinamarca, o próximo país a ocupar a presidência rotativa da UEem primeiro de julho, resolverá os problemas orçamentários. Alguns querem crer que, pelo fato de ser um país pequeno, ela possa ter mais sorte, pois não tem tantos interesses próprios a defender.

Uma coisa, no entanto, é certa: a Espanha não conseguiu sugerir, nem de longe, uma solução para o problema. O tema orçamento foi adiado, antes mesmo da conferência de Sevilha, e agora o momento é de tomar fôlego, também para os espanhóis: está prestes a começar, em Bruxelas, mais uma corrida pela divisão das verbas da UE.