Espanha criará registro de quem se recusa a se vacinar
29 de dezembro de 2020A Espanha criará uma lista de cidadãos que se negam a ser vacinados contra a covid-19. A base de dados será compartilhada com outros países da União Europeia, mas não será divulgada para empresas ou ao público, informou na segunda-feira (28/12) o ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa.
Durante entrevista à emissora La Sexta, Illa reiterou que a vacinação contra o vírus, iniciada no domingo (27/12) na Espanha, não é obrigatória.
"O que será feito é um registro, que será compartilhado com nossos parceiros europeus (...) das pessoas às quais a vacina foi oferecida e elas simplesmente a rejeitaram", disse.
"Não é um documento que será divulgado ao público, e será feito com o maior respeito à proteção de dados", ele adicionou, ressaltando que empregadores ou cidadãos em geral não terão acesso à lista.
A Espanha é um dos países europeus mais atingidos pela pandemia. O número de mortos pela covid-19 superou a marca de 50 mil na segunda-feira, e a cifra de infectados se aproxima de 1,9 milhão.
Nas próximas 12 semanas, a Espanha deve receber cerca de 4,6 milhões de doses de vacina, que permitem imunizar 2,3 milhões de pessoas. Até o meio de 2021, o governo espera ter vacinado de 15 a 20 milhões de pessoas de uma população total de 47 milhões. "A maneira de derrotar o vírus é vacinar todos nós, ou quanto mais, melhor", disse Illa.
Pesquisa
A proporção de espanhóis que não pretende tomar a vacina contra a covid-19 caiu para 28% em dezembro, contra 47% no mês anterior.
O levantamento, feito pelo instituto público de pesquisa CIS, apontou que 40,5% dos entrevistados estão decididos a tomar o imunizante e e que 16,2% farão isso se a vacina se mostrar "confiável".
llla destacou que, sem o trabalho conjunto da União Europeia, o início rápido da vacinação teria sido impossível, e se mostrou confiante de que, no próximo verão do hemisfério norte, parte significativa da população já estará imunizada. "Isso permitirá fazermos muitas coisas que agora não podem ser feitas", afirmou.
BL/afp/dpa