Equipes buscam passageiros após queda de avião na China
22 de março de 2022Equipes de resgate lutavam contra chuva e lama nesta terça-feira (22/03) na busca de vestígios das 132 pessoas que estavam a bordo do Boeing-737 da empresa aérea China Eastern Airlines que caiu em uma área montanhosa no sudoeste da China.
As esperanças de encontrar sobreviventes praticamente desapareceram um dia após a queda do Boeing 737-800, no que pode ser o desastre aéreo mais letal na China em quase três décadas.
Ao mesmo tempo, as perguntas vão se acumulando sobre a causa da queda da aeronave, que tinha seis anos de uso e que despencou de cerca de 8 mil metros de altura em apenas três minutos, antes de colidir com a encosta de uma montanha na tarde de segunda-feira.
Frota no chão
A companhia aérea reconheceu que as pessoas a bordo do voo, que ia da cidade de Kunming (sudoeste) a Guangzhou (sul), morreram, mas ainda não forneceu mais detalhes. A empresa colocou no chão toda sua frota de 737-800 após a queda.
O presidente chinês, Xi Jinping, pediu uma investigação completa para que "as causas do acidente possam ser determinadas o mais rápido possível".
Equipes de resgate, bombeiros e outras equipes de emergência correram para a área rural da região de Guangxi, onde ocorreu o incêndio.
Restos queimados do avião e vestígios do incêndio causado estavam visíveis nesta terça-feira, disseram equipes de resgate à agência de notícias AFP.
Um dos dos socorristas especulou que os passageiros teriam sido "totalmente incinerados" pela intensidade das chamas. Um morador local contou ter ouvido um "estrondo como um trovão" na tarde de segunda-feira, seguido por uma grande explosão nas colinas vizinhas.
A mídia estatal mostrou equipes de resgate uniformizadas escalando o terreno remexido pela queda do avião, em meio a árvores arrancadas e destroços da aeronave, incluindo uma parte com o emblema rosa e azul da companhia aérea.
Outras imagens mostraram trabalhadores operando drones para facilitar a busca nesse terreno íngreme e com vegetação densa.
O desastre
O desastre ocorreu após uma queda vertical, de acordo com vídeos divulgados pela mídia chinesa cuja autenticidade não pôde ser verificada imediatamente.
Em Guangzhou, funcionários da companhia aérea auxiliaram as famílias dos 123 passageiros e nove tripulantes do avião.
O voo MU5735, que decolou de Kunming pouco depois das 13h (horas local), "perdeu contato ao sobrevoar a cidade de Wuzhou", de acordo com um comunicado da Administração de Aviação Civil da China (CAAC).
"A empresa expressa suas profundas condolências aos passageiros e tripulantes que morreram no acidente de avião", disse a China Eastern Airlines, em comunicado divulgado na segunda-feira, sem fornecer mais informações.
"Chocado"
A catástrofe provocou uma reação rápida de Xi Jinping, que disse estar "chocado". A mídia estatal informou que o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, um alto funcionário próximo a Xi que costuma lidar com questões econômicas, foi enviado à área para supervisionar os esforços de resgate e investigação.
O National Transportation Safety Board (NTSB) dos Estados Unidos afirmou ter nomeado um investigador especialista como representante nas investigações e que funcionários da Boeing, General Electric e da Administração Federal de Aviação atuariam como consultores técnicos. Como a aeronave foi construída nos EUA, conforme acordos internacionais, os Estados Unidos podem participar das investigações.
Bom histórico de segurança
O histórico de segurança do setor aéreo da China tem estado entre os melhores do mundo na última década.
O último grande acidente aéreo do país foi em agosto de 2010, quando 44 das 96 pessoas a bordo morreram após um jato regional Embraer E-190 da Henan Airlines caiu ao se aproximar do aeroporto de Yichun.
Em 1994, um Tupolev-154 da China Northwest Airlines caiu em Xian, matando 160 pessoas. A China Eastern Airlines é uma das três principais transportadoras aéreas da China.
md/ek (AFP, DPA, Reuters, AP)