Equipe de Alexei Navalny confirma morte do oposicionista
17 de fevereiro de 2024A porta-voz de Alexei Navalny confirmou neste sábado (17/02) a morte do ativista russo, citando uma nota oficial enviada a mãe dele, Lyudmila, que viajou até a colônia penal IK-3, onde ele estava encarcerado, no Círculo Polar Ártico, 1.900 quilômetros a nordeste de Moscou.
Segundo Kira Yarmysh, o líder oposicionista de 47 anos morreu às 14h17 (06h17 em Brasília) da sexta-feira. A diretoria da penitenciária informou que ele teria perdido a consciência durante uma caminhada.
No entanto, os familiares ainda não tiveram acesso ao corpo: a mãe e o advogado encontraram fechado o necrotério de Salekhard, próximo à colônia situada na cidade de Kharp, no distrito autônomo de Yamalo-Nenets. Ambos teriam sido informados de que a causa do óbito foi "síndrome de morte súbita", relatou Ivan Zhdanov, aliado de Navalny.
Luto punido na Rússia, contrição no G7
Na Rússia, quem pranteia publicamente a morte do principal crítico do presidente Vladimir Putin está ameaçado de prisão: o grupo de direitos humanos OVD.Info registrava, até a manhã deste sábado, mais de 170 detenções por esse motivo em 21 cidades, das quais quase 100 apenas em São Petersburgo.
Em algumas, inclusive Moscou, homens à paisana removeram memoriais erigidos para Navalny. Apesar disso, a população continuou a depositar flores, velas e fotografias em sinal de luto pelo dissidente.
Diversos países do Ocidente culpam Putin pela morte de Alexei Navalny. O ministro britânico do Exterior, David Cameron, prometeu "consequências". Seu gabinete convocou os diplomatas russos para exigir uma "investigação completa e transparente" do caso.
Os ministros do G7 reunidos para a Conferência de Segurança de Munique (CSM) fizeram um minuto de silêncio em memória do dissidente morto, informou o Ministério italiano do Exterior. Roma preside o grupo dos principais países industrializados em 2024.
"Por suas ideias e sua luta pela liberdade e contra a corrupção na Rússia, Navalny foi, de fato, induzido à própria morte", comentou em discurso o ministro Antonio Tajani, do partido de direita Força Itália.
av/le (Reuters,DPA)